Ônibus perderam média de 560 mil passageiros por dia em 2013





Em 2013, a demanda pelo transporte urbano por ônibus atingiu uma marca negativa histórica: somente no ano passado, 175 milhões de passageiros deixaram de ser transportados na comparação com o ano anterior, o equivalente a 1,4% menos. O número considera cada viagem feita por pessoa. Diariamente, isso representa uma perda de 560 mil usuários por dia. Em 18 anos, a demanda pelo transporte coletivo rodoviário teve queda de 30%. Os dados fazem parte do levantamento anual feito pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), divulgado nesta sexta-feira (1º). . Diariamente, isso representa uma perda de 560 mil usuários por dia. Em 18 anos, a demanda pelo transporte coletivo rodoviário teve queda de 30%. Os dados fazem parte do levantamento anual feito pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), divulgado nesta sexta-feira (1º).
Segundo a entidade, entre as razões para a crise por que passa o transporte público está a baixa produtividade do setor. Isso porque, em função do tráfego carregado e dos congestionamentos, a velocidade operacional dos ônibus caiu 50% nos últimos dez anos. Para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo, por exemplo, os veículos circulavam a uma velocidade média de 27 km/h uma década atrás. No ano passado, o velocímetro dos ônibus ficava na marca dos 12 km/h, conforme a NTU.
Além disso, o óleo diesel, que responde por 25% dos custos operacionais das empresas, teve aumento de quase 17% entre 2012 e 2013, impactando em até 4% nas tarifas para os usuários.
“Estamos na contramão. Em vez de incentivar o transporte coletivo, trazer mais produtividade, atrair novas demandas, baratear o custo do serviço, nós estamos reduzindo o número de passageiros transportados, aumentando o custo do serviço, a tarifa para o usuário e fazendo com que ele migre para outro tipo de transporte”, diz Otávio da Cunha Filho, presidente da Associação.
Ele explica que esse cenário impacta também na redução da qualidade do serviço ofertado e que a forma de enfrentar essas dificuldades é melhorar a gestão pública na área. “Essa crise está motivada pela falta de investimentos em infraestrutura e pela falta de prioridade dada ao transporte público. Se eu coloco um ônibus muito bom, de excelente qualidade nas vias públicas, ele vai ficar parado no trânsito, causando as mesmas insatisfações”, explica.
A NTU elaborou oito propostas consideradas capazes de solucionar os gargalos que fazem do transporte público por ônibus uma opção cada vez menos utilizada pelos brasileiros. As sugestões apontam, entre outras coisas, a necessidade de elaborar planos diretores e de mobilidade pelos municípios, maiores investimentos em infraestrutura, priorização do transporte coletivo e medidas de subvenção econômica ao serviço.
FONTE: Agência CNT

Granada encontra no BRT solução para trânsito e transprotes

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus
Granada começou a melhorar trânsito e transportes com BRT de pequena extensão, o que mostra quem nem sempre grandes e caras obras são necessariamente soluções para mobilidade. Veículos de maior capacidade e tecnologia em linha exclusiva diminuíram o tempo de viagem no transporte coletivo e para quem anda de carro. Foto: Divulgação Mercedes-Benz/Matéria: Adamo Bazani
Granada aposta em BRT para melhorar trânsito e transportes
Sistema reduziu número de ônibus na principal rota da cidade e aumentou a frequencia dos coletivos, sem ser necessariamente uma obra de grande extensão
ADAMO BAZANI – CBN
A cidade de Granada, na Espanha, sentia até há pouco tempo o esgotamento das vias para tráfego misto de veículos (bicicletas, carros, caminhões e ônibus) e do modelo pelo qual foram projetadas as linhas de transporte coletivo.
Praticamente, todos os serviços de ônibus passavam pela “Gran Via de Colon”, que corta a região central. Este ônibus têm origem nos subúrbios. A alta concentração de linhas, os semáforos e a necessidade de dividir os espaços com os outros veículos resultava em aumento no tempo das viagens.
Mas a situação começou mudar recentemente após a cidade espanhola adotar um sistema de BRT – Bus Rapid Transit.
A LAC – Línea de Alta Capacidad pode parecer curta, tem 3,4 quilômetros de extensão e dez pontos de parada, todos com embarque acessível e telas eletrônicas que informam em tempo real a previsão da chegada dos ônibus. Mas este trajeto já foi suficiente para desafogar o trânsito de boa parte das vias centrais da cidade, o que mostra que nem sempre obras grandes são as soluções únicas para a mobilidade. Muitas vezes intervenções pontuais e de baixo custo, dependendo da demanda, podem trazer resultados positivos e em tempo rápido.
As paradas possuem o pré-embarque, que consiste no pagamento da passagem antes da chegada dos ônibus, e os serviços são prestados por veículos articulados, como do modeloCapaCity, da Mercedes-Benz.
São 15 unidades do CapaCity que possuem piso baixo total, articulados, com possibilidade para atender 193 passageiros. Para dar aumentar a sensação de modernidade, os veículos possuem design mais avançado que se integram de maneira harmoniosa à região onde circulam.
Os ônibus ainda possuem poltronas com duas cores, verde e azul, dois espaços paracadeiras de rodas e uma área livre com suporte de apoio onde podem ser transportadas bicicletas.
Além disso, os ônibus são dotados de um sistema de comunicação com os semáforos. Os aparelhos enviam sinas de que o ônibus está se aproximando e o transporte coletivo recebe prioridade nos cruzamentos.
A frequencia dos ônibus é de três a cinco minutos dependendo do horário.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Ônibus especial e apresentações teatrais vão celebrar a história da Marcopolo e dos transportes

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus antigo
Ônibus Nicola 1967 restaurado será uma verdadeira máquina do tempo e um projeto de emoções ao relembrar os 65 anos da Marcopolo e a memória dos transportes, um setor tão presente no crescimento econômico, social, político e no dia a dia de milhões de vidas e histórias pessoais. Foto: Divulgação Marcopolo/Matéria: Adamo Bazani
Ônibus histórico vai celebrar memória dos transportes e do crescimento do País
Um modelo Nicola de 1967 vai percorrer locais de grande movimentação de Caxias do Sul e comemorar os 65 anos da encarroçadora Marcopolo. Apresentações teatrais vão contar o desenvolvimento do setor de maneira lúdica e interessante
ADAMO BAZANI – CBN
Antes mesmo de ser uma atividade econômica, transporte, sem nenhum exagero, é vida.
Isso porque é um ramo feito essencialmente por pessoas para o bem estar das pessoas, seja nos segmentos de carga e passageiros.
Assim, relembrar a história dos transportes é prestar um tributo ao crescimento de uma região ou de um país e dar margens para que fatos que marcaram milhões e milhões de histórias pessoais no passado possam vir à tona de uma maneira agradável.
Um ônibus ou um caminhão antigo se tornam assim máquinas do tempo e projetores de emoções.
Sabendo disso , dessa importância na economia, sociedade, na política e na vida pessoal de muita gente, no Brasil e no mundo, a Marcopolo, empresa que começou em 1949 como Irmãos Nicola em alusão aos seus fundadores, fará uma comemoração especial aos seus 65 anos entre os dias 4 e 9 de agosto.
No dia 04 de agosto, às 11h, no CIC de Caxias do Sul, cidade onde a empresa tem sede e foi fundada, será dado início a Exposição Itinerante 65 anos Marcopolo. Devem participar do primeiro evento o presidente emérito da Marcopolo, Paulo Bellini, e o diretor-geral, José Rubens de la Rosa.
Paulo Pedro Bellini é o sócio mais antigo da empresa em exercício. Ele entrou na fabricante de carrocerias de ônibus em 1951, com um capital de 240 mil cruzeiros, na época, algo em torno de R$ 180 mil, que hoje não são suficientes para comprar um micro-ônibus.
Bellini continuou na Nicola mesmo após 1967 a empresa não ter mais nenhum Nicola no quadro societário.
Em 1970, a empresa já se chamava Marcopolo devido ao sucesso de um modelo com o mesmo nome, lançado no Salão do Automóvel, e também pelo fato de não haver mais sentido e até condições legais de a companhia continuar ostentando o nome Nicola.
Ele é considerado um dos grandes entusiastas do transporte da indústria brasileira.
A exposição, no entanto, com os principais fatos relacionados ao desenvolvimento da Marcopolo e das cidades vai ser apresentada até o dia 09 de agosto de uma maneira diferente.
A história literalmente vai viajar a bordo de um modelo Nicola ano 1967.
O ônibus restaurado e que mostra o design já caprichado (para muitos até mais bonito que os desenhos atuais pela atenção aos detalhes) vai circular pelos pontos mais movimento de Caxias do Sul.
É uma forma de aproximar mais as pessoas do passado, inclusive, os mais jovens que não viveram e não têm noção de quantas pessoas se dedicaram, quase diuturnamente, para que, apesar de todos os problemas, hoje houvesse condições melhores de vida e de transportes.
As apresentações históricas serão feitas de maneira lúdica para despertar o interesse de todos.
Na viagem com o Nicola 1967, atores vão contar como foi o desenvolvimento da empresa, do setor de transportes, de Caxias e de todo o país pela mobilidade (termo novo, mas que sempre existiu em sua essência).
Serão feitas apresentações teatrais. Um ator vai representar o navegador Maco Polo, nome que inspirou o modelo do ônibus que depois se tornou a marca da empresa, justamente por ser um viajante. Outros atores vão representar cada década vivida pela empresa e colaboradores e homens e mulheres homenageando diversas profissões. Os visitantes vão contar com o atendimento especial de uma rodomoça, outra atriz que vai deixar os espetáculos ainda mais bonitos e acolhedores.
Os atores vão entregar brindes perto dos totens explicativos, com textos e imagens, e já que as apresentações serão feitas em espaços abertos, e nesta época Caxias está com as temperaturas mais baixas, um cafezinho de cortesia que será servido nas exibições vai cair muito bem.
“Nosso objetivo é dividir com a comunidade caxiense um pouco dos momentos mais marcantes e importantes da empresa e torná-los conhecidos do público mais jovem que não vivenciou a trajetória da empresa. E escolhemos a rua e o ônibus para levar a exposição itinerante da história da Marcopolo por ser o ‘habitat natural’ dos produtos feitos pela empresa”, – destacou em nota à imprensa o gerente de Estratégia e Marketing da Marcopolo, Walter Cruz.
Ainda na nota, a Marcopolo fala sobre a programação dos eventos:
“A abertura da Exposição Itinerante 65 anos Marcopolo acontecerá antes da reunião-almoço da CIC, que será realizada em comemoração ao aniversário da empresa. Depois, ainda no dia 4, seguirá para o aeroporto da cidade. A ação terá prosseguimento ao longo de toda a semana em locais como a Praça Dante Alighieri e a UCS; as fábricas da empresa, em Ana Rech e no bairro Planalto; a Câmara de Vereadores, a Prefeitura e o Campus da FSG; a Rodoviária, e o Parque Getúlio Vargas – Macaquinhos. A exposição terá como mote “Nas idas e vindas da vida, conte sempre com nossa energia – a história da Marcopolo contada para a comunidade no ‘habitat’ dos produtos da empresa, as ruas”. Em todos os lugares serão distribuídos brindes diversos, como um lápis, semente para transmitir a mensagem de que, além de permitir escrever a história, também planta o futuro.”
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Prazo para mudança gratuita de CNH pelo SEST SENAT termina nesta quarta-feira (30/7)

 
O SEST SENAT, entidade de serviços e de aprendizado do transporte, aceitará, até esta quarta-feira (30/7), as inscrições para o projeto Habilitação Profissional para o Transporte.
Com isso, o interessado poderá alterar gratuitamente a categoria da CNH. O SEST SENAT prevê a mudança para 50 mil motoristas em todo o Brasil. A ideia é auxiliar o setor a diminuir o déficit de motoristas de caminhão, que passa dos 100 mil.
Conforme as regras do projeto, quem tem CNH categoria B poderá obter a C, e os motoristas profissionais que já têm categoria C poderão participar do programa para obter a categoria D, para a maioria dos veículos de cargas, e a E, para a condução de veículos articulados.
O programa também envolve o treinamento dos condutores em simuladores de direção.
Para participar, o motorista deverá ter entre 21 e 45 anos de idade, com renda familiar de até três salários mínimos e participação obrigatória nos cursos de formação de novos motoristas nas mais de 100 unidades do SEST SENAT. Os candidatos também precisam assinar um termo de compromisso de trabalhar no setor de transporte para obter o benefício.
Clique no link abaixo para acessar o formulário de inscrição:http://app2.sestsenat.org.br/ProjetoRenovacaoCNH/
Para obter mais informações, entre em contato com o SEST SENAT pelo telefone gratuito 0800 728 2891.

Congestionamentos fizeram R$ 98 bilhões virarem fumaça no Rio de Janeiro e em São Paulo no ano de 2013

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

congestionamentos
Congestionamentos fizeram São Paulo e Rio de Janeiro perderem R$ 98 bilhões em 2013. Investimentos em transportes públicos são a principal medida para evitar mais desperdícios de recursos e degradação da qualidade de vida. Mas as ações devem ser feitas de maneira técnica, deixando de lado obras que trazem mais projeção no marketing político do que benefícios às cidades como um todo. Agência Folha
Congestionamentos fizeram São Paulo e Rio de Janeiro perderem R$ 98 bilhões em 2013
Transporte público é a principal solução para que indústrias, comércios e pessoas parem de literalmente transformar dinheiro em fumaça. Mas obras não podem criar segregação urbana
ADAMO BAZANI – CBN
Já ouviu a expressão: virou fumaça?
Normalmente se refere quando algum esforço, recurso ou trabalho são empregados de maneira intensa e acabam dando em nada.
Pois bem, é o que ocorre com as indústrias, comércios e pessoas por causa dos congestionamentos e da falta de investimentos sérios e maiores no transporte público.
Estudo divulgado nesta semana pela Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, ao qual o Grupo Globo de Comunicação teve acesso, mostra que em 2013 os congestionamentos custaram R$ 98 bilhões somente nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Isso equivale a aproximadamente 2% do PIB – Produto Interno Bruto Brasileiro.
O contrassenso das políticas que ainda insistem em privilegiar o transporte individual e não promover desenvolvimento para geração de renda e emprego nas periferias é tão grande que só com o que São Paulo e Rio de Janeiro jogaram fora por causa dos congestionamentos em 2013, daria para construir 39 mil e 200 quilômetros de corredores de ônibus do tipo BRT – Bus Rapid Transito, modernos e que oferecem acessibilidade e rapidez aos transportes, 1 mil 960 quilômetros de metrô pesado subterrâneo e de alta tecnologia, ou 10 mil quilômetros de VLT – Veículos Leves sobre Trilhos, espécie de bondes modernos.
O estudo da Firjan somente leva em conta as horas de trabalhos perdidas e o combustível desperdiçado.
Mas a própria entidade diz que o custo do congestionamento é maior já que envolve fatores como os gastos na saúde pública devido ao agravamento de doenças por causa da poluição, desgastes nos veículos, degradação da estrutura viária, horas extras, queda de produtividade dos trabalhadores que já chegam cansados no serviço e até mesmo perdas de vendas do comércio: o trânsito e a falta de qualidade dos transportes públicos têm desestimulado as pessoas a passearem e se divertirem e, consequentemente, consumirem.
Além disso, há a perda de projeção de crescimento profissional. As pessoas não conseguem tempo para estudar e se qualificar.
O estudo conclui que a principal medida para que o dinheiro pare de ser queimado são investimentos em transportes públicos.
INVESTIMENTOS EM TRANSPORTES NÃO PODEM CRIAR SEGREGAÇÃO:
E quando se fala em investir em transporte público, questões de marketing político e até mesmo de beneficiamento de grupos econômicos podem fazer com que as verbas para a mobilidade não sejam aplicadas adequadamente.
As cidades como um todo precisam de investimentos e não apenas alguns eixos.
O que se vê hoje são projetos novos, que politicamente chamam a atenção, quase que faraônicos e suntuosos, mas que atendem apenas a demandas localizadas e o pior: sem uma relação clara e convincente do custo/benefício quanto à capacidade de transportes e esgotamento com o tempo.
Um dos principais fatores que devem ser levados em consideração é a demanda e a projeção do crescimento do número de passageiros.
Além disso, os investimentos em transportes devem abraçar toda a cidade.
Gastar uma grande quantidade de recursos somente em um modal numa determinada área é como se fosse criar uma segregação. Não haverá recursos para as outras regiões que continuarão sem privilégio ao transporte público.
Não somente as áreas centrais ou de altíssima demanda merecem transporte de qualidade.
Neste aspecto, os corredores comuns de ônibus e os mais modernos (BRT – Bus Rapid Transit) mostram-se ainda soluções mais adequadas. São mais baratos que outros modais, a implantação é mais fácil e rápida, o que é essencial para uma situação que precisa de medidas urgentes. E o melhor, não se esgotam com o tempo, pois pelas obras serem simples, há flexibilidade de expansões e alterações em trajetos que os outros modais não têm.
Uma rede de transporte que conjugue corredores modernos de ônibus e metrô de alta capacidade para as grandes e médias cidades sem dúvida é a solução mais coerente para evitar que se perca dinheiro e qualidade de vida devido ao trânsito e aos congestionamentos.
O trânsito é uma bola de neve perigosa. Quanto mais veículos existem nas ruas, outros mais são necessários.
Hoje empresas de ônibus precisam de mais veículos para atender a mesma linha e as transportadoras de mais caminhões para levar a mesma quantidade de cargas.
Assim, os transportes públicos beneficiam o deslocamento de pessoas e também de mercadorias ao reduzirem os congestionamentos.
Se os transportes de carga forem mais rápidos, eles também serão mais baratos, influenciando no custo final dos produtos transportados e, consequentemente, nos preços para o consumidor final nas gôndolas de supermercado e lojas.
Estes números são mais uma prova de que os investimentos em transportes precisam de fato saírem do papel. Basta agora coragem e bom senso!
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

DIA DO MOTORISTA: Muito a homenagear. E para comemorar?

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

DIA DO MOTORISTA
Ônibus e caminhões presos em congestionamento. Dia do Motorista é para homenagear aqueles que conduzem vidas e transportam as riquezas de um país, mas também é uma oportunidade para refletir sobre as ações que podem melhorar o dia a dia destes profissionais que ajudam no crescimento econômico e se tornam presentes no dia a dia das pessoas. Foto: RBS
Dia do Motorista: Muito a homenagear. E para comemorar?
Pesquisa revela que profissionais do setor de transportes possuem os piores indicadores de saúde. No entanto, a paixão ainda fala mais alto entre os astros do volante
ADAMO BAZANI – CBN
Dia 25 de julho é do Dia do Motorista. Uma oportunidade de homenagear aqueles que receberam um dom especial: transportar vidas, cargas, progresso, histórias e estar presente no cotidiano das pessoas.
O motorista acaba virando um amigo do passageiro e fazendo parte da jornada de trabalhadores, estudantes e daqueles que contam agora com o direito merecido de viajar, passear e se locomover após uma vida inteira dedicada ao trabalho. O motorista aproxima pessoas e reduz a distância entre o que é produzido pela agricultura e indústria e milhões de lares.
Mas homenagear os motoristas também é discutir os problemas que envolvem a categoria, seja nas modalidades de carga e passageiros, para tentar achar soluções e apresentarcondições de trabalho e de vida mais dignas.
Uma pesquisa realizada pela SulAmérica Saúde com dez setores diferentes da economia revela que os trabalhadores em transportes são os que apresentam os piores indicadores de saúde.
A pesquisa foi bem extensa e abordou, segundo reportagem de Nelson Bortolin, da Revista Carga Pesada, 41 mil 366 profissionais dos seguintes setores: indústria da transformação; atividades financeiras ; informação e comunicação; comércio; transporte; saúde; outros serviços; atividades administrativas; atividades profissionais; e construção.
Somente do setor de transportes foram 2 mil 735 pessoas que trabalham em 240 empresas de diferentes regiões em todo o País.
Foram analisados nos profissionais das dez áreas, 15 indicadores de saúde. O setor de transportes recebeu as piores notas em sete deles: Índice de Massa Corpórea (IMC),glicemia, colesterol total, tabagismo, consumo de álcool, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), e Escore de Framingham (risco de doença cardiovascular ocorrer em 10 anos).
Segundo os resultados, 62,4% de todos os profissionais pesquisados na área de transportes estão com o Índice de Massa Corpórea (IMC) acima do limite aceitável.
Já 61,9% dos trabalhadores em transportes sofrem com sedentarismo. O colesterol está acima do normal para 33,5% dos profissionais avaliados.
A pressão arterial é problema para 20,6% dos profissionais, sendo que 10,7% sofrem de pressão arterial e 0,5% já tiveram infarto.
O vício também é um problema recorrente em quem dirige ônibus, caminhões, táxis, vansou outros veículos de maneira profissional. O índice de tabagismo é de 9% e de alcoolismo é de 4,2%
A pesquisa mostra um universo dos setores de carga e passageiros.
São vários os fatores que podem explicar estes números tão negativos.
estresse é um deles. Segundo a Organização Mundial da Saúde, motorista de ônibus urbanos está entre as profissões com maior nível de estresse no Brasil.
Além das situações visíveis, como o trânsito ruim e o relacionamento com os passageiros, há outros fatores geradores de estresse: como altas cargas horárias, pressão para cumprimento de tabelas cada vez mais apertadas, medo da violência (assaltos e até incêndio a ônibus) e a dupla função, pela qual o motorista dirige e cobra a passagem ao mesmo tempo.
No caso dos motoristas de caminhão, a solidão, falta de apoio e estrutura durante a viagem e a necessidade de fazer muitas viagens para que o serviço financeiramente possa valer a pena também contribuem para o estresse.
O estresse desencadeia outros problemas, como o vício e índices de colesterol e pressão arterial ruins.
Senado Federal aprovou no dia 03 de junho deste ano, o Projeto de Lei da Câmara PLC41/2014 que flexibiliza a lei 12.619/2012 que regulamenta a profissão de motorista.
A flexibilização divide opiniões. Ao mesmo tempo que adequa o trabalho do motorista, em especial de caminhão, à falta de estrutura nas estradas, como ausência de pontos seguro para descanso, permite jornadas mais longas e cansativas com menor tempo de folga entre um turno e outro, o que pode ser perigoso para o profissional, para outros motoristas e passageiros.
Pelo projeto de alteração, tempo de jornada poderá ser de 10 horas, sendo oito horas normais e mais duas horas extras.
Segundo nota do Senado, “a cada seis horas no volante, o motorista deverá descansar 30 minutos, mas esse tempo poderá ser fracionado, assim como o de direção, desde que o tempo dirigindo seja limitado ao máximo de 5,5 horas contínuas. Atualmente, o tempo máximo de direção é de 4 horas contínuas”.
O Senado também flexibilizou o tempo entre uma jornada e outra. As onze horas de descanso a cada 24 horas podem ser fracionadas no veículo, durante os períodos de 30 minutos de descanso, mas o primeiro período deve ser de oito horas contínuas. A lei hoje em vigor determina descanso inicial ininterrupto de 9 horas.
A Câmara dos Deputados aprovou no dia 02 de julho o texto base com estas modificações, que ainda não entraram em vigor.
Também foi aprovada a obrigatoriedade de exames toxicológicos, para identificar o uso de drogas, antes de o motorista conseguir a carteira profissional, na hora de renovar o documento e na metade do tempo entre a retirada da carteira pela primeira vez e a renovação.
FALTAM MOTORISTAS:
Atualmente, de acordo com a CNT – Confederação Nacional do Transporte há um déficit de aproximadamente 140 mil motoristas profissionais em todo País.
Os salários da categoria poderiam ser melhores, mas também não estão entre os piores em relação ao outras profissões.
O que mais desmotiva os jovens a se tornarem profissionais do volante são as condições de trabalho e a falta de perspectiva de crescimento na carreira.
No entanto, vale ressaltar que nem tudo é ruim no setor.
A profissão de motorista é um ofício que exige técnica, habilidade e experiência.
Mas também é movida pela paixão. A sensação de liberdade num caminhão na estrada ou o contato com diferentes tipos de pessoas nos ônibus urbanos ou rodoviários, o prazer de conduzir vidas e mercadorias fazem com que, apesar de todas as dificuldades, muita gente não troque o volante por nenhum serviço de escritório.
Além disso, há ainda famílias cujas várias gerações são de motoristas. E se depender dos novos que estão entrando na vida profissional, as famílias ainda terão anos e anos de motoristas pela frente.
Também vale destacar que existem empresas, tanto de ônibus como de transporte de carga, que se conscientizaram e investem na qualidade de vida, saúde e bem estar dos profissionais do volante, através de programas de investimento no trabalhador.
Dirigir é acima de tudo cumprir uma função humana e social.
Os parabéns de nossa reportagem a todos os astros do volante.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Eletra recebe prêmio entre as “Melhores do Setor Automotivo”

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus
Trólebus com carroceria Caio Millennium e chassi Mercedes-Benz O500UA com sistema produzido pela Eletra. Empresa de São Bernardo do Campo recebe premiação entre as Melhores do Setor Automotivo. Foto: Adamo Bazani
Eletra recebe prêmio entre as “Melhores de Setor Automotivo de 2014”
Empresa de São Bernardo do Campo é especializada na produção de ônibus não poluentes
ADAMO BAZANI – CBN
A empresa fabricante de ônibus elétricos híbrido, elétrico puro e trólebus, Eletra, de São Bernardo do Campo, recebeu o prêmio AutoData como uma das “Melhores do Setor Automotivo de 2014”.
A premiação é na categoria “Veículo Ônibus”.
Nesta primeira etapa, foram eleitas 54 empresas em dezesseis categorias, os concorrentes nas categorias de veículos e a Personalidade do Ano.
Além de desenvolver e testar o E-bus, ônibus elétrico com baterias articulado, em parceria com as empresas japonesas Mitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation, a Eletra possui trólebus e ônibus híbridos (com motor a diesel e elétrico) circulando no Corredor Metropolitano ABD, pela empresa Metra, e entre a zona Leste e a região central da Capital Paulista pela empresa Ambiental Transportes.
Em relação ao E-Bus, a empresa destaca que o veículo é o “primeiro ônibus 100% elétrico dotado apenas de baterias do tipo articulado de 18 metros do mundo”.
São 14 baterias que necessitam de 3 horas para recarga total, garantindo autonomia operacional de 200 km. O veículo conta ainda com um sistema de recarga rápida, que pode ser feito em 5 minutos, oferecendo mais 11 km de autonomia. Desde 21 de fevereiro de 2014, o veículo é testado oficialmente na ligação entre Diadema, na Grande São Paulo, e a região da Estação Berrini, da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, na zona Sul de São Paulo.
Já os trólebus, segundo a empresa, possuem soluções que minimizam problemas antigos como este tipo de veículo, como queda das alavancas da rede aérea e do fornecimento de energia.
As novas unidades são dotadas de baterias que permitem que o trólebus percorra entre quatro quilômetros e sete quilômetros sem estar conectado aos fios. As alavancas são pneumáticas para reduzir impactos decorrentes da condição do pavimento evitando que se soltem da rede aérea.
“Esse é o reconhecimento de muitos anos de trabalho e do esforço da empresa em inovar e buscar novos caminhos no mercado de transporte urbano. O E-Bus chega para reforçar o espírito inovador e a competência da indústria nacional” – disse em nota a gerente comercial da Eletra, Iêda Maria Oliveira.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes