Motorista de ônibus é o pior emprego do País, diz pesquisa

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Ônibus urbano. De acordo com pesquisa de site especializado, motorista de ônibus é a pior profissão do País. Além de horários e tabelas apertadas, dupla função de dirigir e cobrar, trânsito e nervosismo dos passageiros, más condições de frota também prejudicam motoristas.
Motorista de ônibus é o pior emprego do Brasil, diz pesquisa
Site especializado em carreiras leva em conta remuneração, estresse e condições de trabalho
ADAMO BAZANI – CBN
Dirigir ônibus, principalmente urbano, não é nada fácil. Trânsito, horários e tabelas apertadas para cumprir, falta de estrutura nos pontos finais, passageiros nervosos e quando o motorista tem de dirigir e cobrar então, a situação se agrava.
Mas pesquisa do site especializado em carreiras Adzuna mostra que a condição de trabalho dos motoristas de ônibus piorou.
Segundo o levantamento, o ofício é considerado a pior profissão no País.
O estudo levou em consideração a relação entre fatores como remuneração, nível de estresse, pressão no trabalho, riscos de acidentes, assaltos e doenças trabalhistas e até mesmo a relação com as empresas, além das possibilidades de crescimento na carreira.
Foram analisadas mais de duas milhões de profissões e ofícios.
A média de todos os quesitos analisados na profissão de motorista somou 36 pontos negativos.
A pesquisa, que foi feita entre o ano passado e 2013, mostra a urgência da revisão das relações trabalhistas no setor de transportes, que é bem diversificado.
Enquanto existem empresas de ônibus que realizam treinamentos de qualificação profissional, eventos sobre saúde e bem estar e respeitam cargas horárias, outras permitem que o motorista extrapole sua jornada, não realizam manutenção nos veículos, o que causa desgaste do profissional, não depositam direitos trabalhistas, como depósitos do FGTS e INSS, e não proporcionam um bom ambiente de trabalho.
O que mais causa estresse na categoria são as tabelas e horários apertados.
Neste quesito, além de um melhor estudo de escala por parte das empresas, o poder público poderia agir também, ao priorizar o transporte público.
Em alguns casos, as tabelas de horário não são absurdas, mas o trânsito e interferências inesperadas fazem com que os atrasos acabem estressando os motoristas de ônibus e tirando deles o tempo de descanso entre viagens ou refeição, o que não é correto do ponto de vista legal. Mas é mais fácil a empresa de ônibus ser punida por descumprimento de horário e viagem do que por não respeitar as relações trabalhistas.
Motoristas que dirigem em corredores exclusivos tendem a passar por menos nervosismo e problemas de saúde.

Assim, além de questões salariais, as entidades de classe também devem colocar em suas pautas a priorização do transporte coletivo no espaço urbano.
Já os que dirigem e cobram ao mesmo tempo, a dupla função, são os que mais se queixam de dores no corpo, nervosismo, insônia e desânimo para trabalhar.
A pesquisa explica porque faltam vagas de motoristas
Entre as cinco piores profissões, além de motorista de ônibus, levando em consideração nível de estresse, salários, horários e longas jornadas, aparecem: entregadores, assistentes de cozinha, jornalistas e policiais.
Os cinco melhores empregos, de acordo com o levantamento são: engenheiros, profissionais de TI, cirurgiões, advogados e veterinários.
Algumas destas profissões são estressantes, mas apresentam melhore remuneração e possibilidade de crescimento na carreira.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes