POR Christina Nascimento
Rio - Os passageiros de ônibus do município devem preparar o bolso. O prefeito Eduardo Paes anunciou ontem que o reajuste das passagens, que valerá a partir de 2 de janeiro, deve ser maior do que o dos outros anos — de 10%, em média. Uma das justificativas é que os empresários terão que colocar ar-condicionado e piso baixo em toda a frota de ‘quentões’.
Com isso, o investimento vai gerar sobrepeso no valor da tarifa, que deverá ficar superior a R$ 3,05. O último aumento, em janeiro passado, fez o valor saltar de R$ 2,50 para R$ 2,75.
Só 10% da frota atende ao novo modelo. Meta é que todos os ônibus sejam assim até 2016 | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Hoje, cerca de 10% da frota, de 8.700 carros, tem ar-refrigerado. A intenção é que a adaptação para os ‘geladões’ atinja 25% ao ano, progressivamente, até 2016. Paes afirmou que acabará com a tarifa diferenciada entre os ônibus comuns e os frescões, que custam de R$ 2,85 a R$ 5,40.
“Hoje, o ônibus com ar-condicionado, tirando o BRT, tem tarifa diferenciada, o que é patético. Quero todos os ônibus da cidade com ar-condicionado e piso baixo até 2016. Para isso você tem o investimento do Rio Ônibus. Temos que fazer contas. Já estou conversando com os quatro consórcios. E a gente vai anunciar, provavelmente até o fim deste ano, já que tem um reajuste acertado em janeiro, como está definido no contrato de licitação. Pode ser que tenha um aumento maior para ter este investimento”, disse o prefeito, acrescentando que manterá o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, no cargo.
O aumento é calculado em cima de fórmula que considera custos e insumos, como combustível, pneus, peças mecânicas e o dissídio dos rodoviários. O prefeito não descartou subsidiar o reajuste, se a tarifa ficar muito alta. “Ainda não tenho o equilíbrio da conta (da colocação de ar-condicionado), mas meu pessoal está estudando. Se ficar um aumento absurdo, terei que subsidiar, mas a princípio não precisa”, completou.
Município só vai parcelar multas se o departamento deixar de recolher taxa
A polêmica envolvendo a lei estadual que permite o parcelamento de multas no Detran ganhou ontem mais um capítulo. O prefeito disse que só autoriza que as infrações aplicadas pelo município sejam pagas em prestações, se o Detran deixar de recolher 50% do valor que é pago pelos motoristas. Segundo Paes, a decisão está nas mãos do presidente do órgão, Fernando Avelino.
“O Detran leva metade do que recebo de multa aqui (na prefeitura). Se o presidente do Detran (Fernando Avelino) liberar metade do valor que ele toma na boca do caixa, pode ser até que eu parcele. Só para dar informação da placa do veículo, eles cobram da prefeitura metade do valor de cada multa. Se ele parar de cobrar por este serviço, eu autorizo na hora (o parcelamento) e ainda reduzo à metade (o valor da multa). Está nas mãos dele. Dou desconto na multa e faço um monte de coisas. Depende do Detran”, afirmou Paes. O Detran-RJ não se pronunciou sobre o assunto.
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odia.ig.com.br