Biometano como combustível é regulamentado pela ANP e abre caminho para ônibus com esta tecnologia

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus da Scania movido a biometano no complexo da Braskem, no Sul do País. De acordo com fabricante e órgãos acadêmicos, resultados dos testes foram positivos quanto à redução da poluição, consumo e nível de ruído.
Uso de biometano como combustível é regulamentado pela ANP
Medida abre caminho para diversas aplicações, inclusive nos transportes coletivos
ADAMO BAZANI – CBN
O uso do biometano, combustível obtido através do processamento do biogás gerado em processos de decomposições de resíduos, foi regulamentado pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
A medida permite a venda e distribuição do combustível, possibilitando que de fato seja usado em diversas aplicações, como no transporte coletivo de passageiros.
A resolução da ANP foi publicada no Diário Oficial de 02 de fevereiro de 2015 e especifica itens como a concentração de gás carbônico no combustível, regras de transporte e comercialização, além das fontes de resíduos. O biometano, por ser de características semelhantes, obedece a várias determinações previstas para o gás natural.
Na semana passada, foram apresentados os resultados dos testes no parque fabril da Braskem, no Rio Grande do Sul, de um ônibus da Scania abastecido com biometano.
De acordo com a Univates – Universidade do Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social, que acompanhou o desempenho do ônibus, a redução da poluição é de 70% em comparação aos motores a diesel mais modernos e, com autonomia que pode chegar a 400 quilômetros, o consumo do veículo foi de 2,13 l/m3 no transporte de funcionários da Branskem, considerado bom pela equipe que participou dos estudos. Acompanhe os detalhes neste link:
O ônibus a biometano da Scania chegou a circular também no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Nos próximos dias, segundo a Scania, o veículo deve circular na cidade de São Paulo. Ainda não foram definidas as rotas e as datas para o início dos testes.
A resolução da ANP pode ser conferida nestes links:
O desenvolvimento da produção de biometano ocorre em diversas regiões do país, mas ainda com potencial para crescimento. A regulamentação deve estimular novos projetos.
Quanto ao transporte coletivo, vem ser mais uma alternativa para que os ônibus fiquem ainda menos poluentes.
Além do diesel S-10, para a motorização com base nas normas internacionais Euro V, que já concentra menos enxofre e emite uma quantidade menor de materiais particulados, gás carbônico e óxidos de nitrogênio, há diversas alternativas para que as operações de ônibus contribuam para a melhoria do meio-ambiente. Uma das mais antigas, a elétrica, se desenvolveu com trólebus mais modernos e ônibus que dependem apenas de baterias para se movimentar. Os veículos elétricos-híbridos também já são realidade, mesmo que em pequeno número, nos serviços de transporte coletivo. Operam também algumas unidades a etanol, diesel de cana de açúcar (que é diferente do álcool), gás natural e, ainda em estudos, mas com um novo modelo no ABC Paulista, ônibus a hidrogênio.
Não é possível afirmar qual é a melhor solução entre todas as alternativas ao petróleo. O mais correto é entender que todo o estudo em prol da criação de escala de produção de modelos de ônibus com diversas fontes energéticas deve receber estímulos para o bem do meio ambiente e da economia, já que reduzem a dependência do petróleo. Talvez, o correto é dizer que todas as soluções são interessantes, de acordo com cada região servida, dos custos e realidades locais de operação e disponibilidade das matérias-primas.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes