Depois de polêmica, extintores de incêndio serão obrigatórios apenas em veículos comerciais

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Extintor deixa de ser obrigatório em carros, mas permanece em ônibus, caminhões e demais comerciais.
Contran constatou que usado por pessoas sem preparo adequado, extintor pode ser até mais perigoso

ADAMO BAZANI

Desde o início do ano, as discussões em torno dos extintores de incêndio se davam em torno da obrigatoriedade da troca dos equipamentos tipo BC para os do tipo ABC que também podem apagar incêndios gerados por combustíveis sólidos, sendo considerados mais eficientes.

Muita gente correu às lojas especializadas e o produto, mais caro, chegou a faltar no mercado.

Depois de muitas discussões sobre a troca, o Contran – Conselho Nacional de Trânsito decidiu extinguir a obrigatoriedade do uso dos extintores de incêndio, independentemente do tipo, em carros de passeio, caminhonetes e triciclos com cabines fechadas. A presença do extintor vai passar a ser facultativa. Desta forma, após publicação no Diário Oficial, que deve ocorrer nos próximos dias, não serão aplicadas mais multas e nem pontos na CNH – Carteira Nacional de Habilitação.

A obrigatoriedade começou a valer em 1970 e hoje não portar extintor ou estar com o equipamento vencido é considerada infração média, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na CNH.

Para ônibus, micro-ônibus, miniônibus, vans, caminhões, carretas ou qualquer tipo de veículo que transporte carga perigosa e produtos líquidos ou sólidos inflamáveis, o extintor continua sendo obrigatório. É ocaso de pequenas caminhonetes que entregam botijões de gás. Táxis também devem ter o extintor.

Os novos equipamentos já são do tipo ABC.

Segundo Contran, estudos mostraram que o uso dos extintores por parte de motoristas não treinados pode ser ainda mais perigoso. Além disso, com o emprego de novos materiais nos veículos e tecnologias como as que cortam o fluxo de combustível em caso de colisão, o extintor tem se tornado cada vez mais desnecessário.

Dados da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, mostram que de 2 milhões de sinistros cobertos por seguros, somente 800 tiveram incêndio como causa e apenas em 24 casos destes 800, ou apenas 3%, foram usados os extintores.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes