Segmento de 17 toneladas faz Iveco deslanchar em ano de crise

Fonte: Blog Ponto de Ônibus


Ônibus com chassi Iveco. Faixa de 17 toneladas, a que concentra a maior parte do mercado, tem sido responsável pelo crescimento da marca em ano de crise. Modelo é indicado para transporte urbano ou por fretamento.
Modelo 170S28 já está em nove estados e marca, que é a segunda maior na Europa entre os segmentos de transporte coletivo, quer ampliar participação no mercado

ADAMO BAZANI

Por causa do endividamento público e má condução da economia, quase todos os setores registram queda de desempenho neste ano.

Com os segmentos de transporte coletivo, seja escolar, urbano, fretamento e rodoviário, não é diferente.  As vendas de ônibus e caminhões são consideradas termômetros da economia por refletirem os investimentos de outros setores e das contas públicas. Os financiamentos de obras de mobilidade no Brasil são majoritariamente públicos.

Mas a Iveco tem vivido outra realidade. De acordo com dados da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, entre janeiro e agosto deste ano enquanto o número geral de licenciamentos de ônibus caiu 29,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, a Iveco teve alta de 120,4%. É até agora a única marca que registrou no acumulado deste ano um resultado positivo. Ainda segundo a Anfavea, foram produzidos 895 ônibus da marca.

O número de unidades está,claro, abaixo de montadoras como Mercedes-Benz e Volkswagen, e com apenas um ano de marca Iveco Bus, muitos poderiam dizer que seria natural um crescimento.

Mas não é qualquer crescimento. O percentual é significativo, ainda mais num ano de retração econômica.

Para a empresa, uma das explicações para o êxito é o modelo 170S28, de 17 toneladas, voltado para os segmentos de ônibus urbanos e de fretamento, com motor dianteiro.

A faixa dos veículos de 17 toneladas responde por quase a metade de todos os ônibus fabricados no País em diversas categorias.

A empresa se restringia a ônibus de pequeno porte, como o CityClass, encaroçado pela Neobus e muito usado no Programa Caminho da Escola, do Governo Federal. Estes ônibus de menor porte continuam em produção.

Segundo o Diretor de Negócios de Ônibus da Iveco Bus para a América Latina, Humberto Spinetti, a marca quer expandir a atuação no Brasil, como já ocorre no exterior.

“Na Europa a Iveco Bus já detém uma parcela importante do mercado de ônibus, com uma proporção de um veículo para cada cinco rodando. Acreditamos que o primeiro ano em operação no Brasil indica que, investindo no melhoramento contínuo dos produtos e no incremento do nosso portfólio, vamos repetir esse sucesso no país” – disse em nota.


O modelo de chassi Iveco 170S28 já está presente em nove estados e fabricante deve ampliar participação.
O modelo de 17 toneladas já foi comercializado para empresas de ônibus do Espirito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Amapá, Rondônia, Santa Catarina, Bahia e São Paulo.

O 170S28 é feito na unidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais. O motor é o N67, da FPT Industrial, com seis cilindros em linha. O propulsor possui 6,7 litros, com sistema de redução catalítica seletiva, usando o ALRA 32 para atender as atuais normas de redução de poluição. A potência é de 280 cavalos, a maior do segmento, segundo a Iveco. O torque chega a 950 Nm, já disponíveis na faixa de 1.250 a 1.950 rpm.

Ainda de acordo com a fabricante, este resultado pode ser explicado também pelo conceito downspeeding,  “que pode ser descrito como fazer um motor operar a baixas rotações com torque elevado. Os principais resultados foram a maior eficiência e a redução do consumo de combustível, além de maximizar a vida útil do motor.”

A transmissão é manual de seis marchas, sendo adequada para as operações urbanas e de fretamento.

Em outros países, a Iveco e considerada uma das marcas de ônibus mais tradicionais, sendo a segunda maior na Europa.

Além de ônibus convencionais a diesel, a fabricante produz veículos a gás natural e híbridos.

Segundo a empresa, aproximadamente 5 mil ônibus da marca movidos a GNV circulam na Europa e na Ásia.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes