Greve de ônibus em Curitiba continua e deve durar por todo o Carnaval
Nova audiência de conciliação entre trabalhadores e empresas de ônibus terminou sem acordo
ADAMO BAZANI – CBN
A greve de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana continua e o impasse em relação aos reajustes salariais dos motoristas e cobradores só deve ser resolvido depois do Carnaval.
Reunião realizada na tarde desta quinta-feira, dia 27 de fevereiro de 2014, no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná – TRT-PR terminou sem acordo.
Com isso, fica mantida a determinação da desembargadora Ana Carolina Zaina de operação de 50% da frota nos horários de pico, entre 5h30 e 8h30, das 11h30 às 14h e de 17h a 19h30, e de 30% nas demais horas.
Os veículos de transporte alternativo também continuam autorizados a prestar serviços. Eles devem fazer os mesmos itinerários dos ônibus e cobrar, no máximo, R$ 6,00.
A desembargadora marcou uma nova audiência para o dia 6 de março, mas se as negociações avançarem, um novo encontro pode ser realizado antes mesmo desta data.
DANÇA DOS NÚMEROS:
Os percentuais de reajuste negociados mudam a cada negociação e números é que não faltam. A greve começou na quarta-feira, dia 26 de fevereiro:
ATÉ 26 DE FEVEREIRO DE 2014:
O Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região pedia um aumento salarial real de 16% para os motoristas e 22% para os cobradores mais o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulado.
O Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Curitiba e Região oferecia apenas a correção pelo INPC, de 5,26% sobre os salários.
NO DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2014:
Após a primeira reunião de conciliação entre representantes de trabalhadores e das empresas, a desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT, propôs aumento de 10,5% para motoristas e cobradores.
EM 27 DE FEVEREIRO DE 2014:
As empresas de ônibus aumentaram a proposta para 7,36% de reajuste, o que faria com que os salários dos motoristas fossem para R$ 1 mil 783 e dos cobradores para R$ 1009. As empresas também propuseram limitar a gratificação anual, uma espécie de bônus, em 2% para os funcionários que entrassem no sistema em 2014. Esta gratificação seria reajustada em 2% anualmente até chegar em 10% no quinto ano, quando seria suspensa.
Já o Sindimoc concordou em baixar para 15% a proposta de aumento nos salários tanto dos motoristas como dos cobradores, mas em assembleia que ocorreu pouco antes da reunião, na praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba, os trabalhadores indicaram que aceitariam os 10,5% de aumento com melhorias em benefícios, como abono de R$ 300 e elevação do valor do vale-alimentação de R$ 300 para R$ 400 por mês.
A desembargadora Ana Carolina Zaina, que havia sugerido 10,5%, propôs que os reajustes então fossem de 7,5%.
Já o MPT – PR – Ministério Público do Trabalho do Paraná fez outra proposta: 10,5% de aumento nos salários dos cobradores e 8,5% de aumento nos vencimentos dos motoristas.
Nenhuma das partes entrou em consenso.
FROTA MÍNIMA:
De acordo com balanço da Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora da RIT – Rede Integrada de Transporte, no horário de pico da manhã não foi cumprida a frota mínima determinada pela justiça sob pena de R$ 100 mil de multa por dia ao sindicato dos trabalhadores em caso de desobediência.
A gerenciadora diz que às 07h40 foi atingida a frota máxima na manhã: 44%, sendo que os trabalhadores deveriam colocar o percentual de 50%.
Já fora do horário de pico, quando a frota poderia ser de 30%, às 15 horas a Urbs registrou 55,45% dos ônibus escalados para os dias normais.
Isso foi visto como uma estratégia do sindicato dos trabalhadores. No pico coloca menos que o necessário, chama a atenção e causa transtorno. Fora do pico, a entidade teria incentivado mais ônibus para dizer que cumpriu mais do que a Justiça determinou no balanço do dia.
O Sindimoc nega a suposta estratégia e diz que orientou os trabalhadores a cumprirem a determinação judicial. A entidade deve fazer um levantamento próprio para comparar os números da Urbs.
A Justiça disse que não considera o balanço do dia, mas o cumprimento da determinação por faixa horária.
A Prefeitura de Curitiba entrou na noite desta quinta-feira no plantão judiciário com pedido para que a greve dos motoristas e cobradores da RIT seja suspensa imediatamente.
O executivo diz que reconhece o direito à greve, mas afirma que houve descumprimento da decisão judicial sobre a frota mínima, prejudicando o direito de ir e vir da população.
A administração de Gustavo Fruet quer também que outra reunião de conciliação seja marcada para a tarde desta sexta-feira, dia 28 de fevereiro.
NÚMEROS:
A RIT – Rede Integrada de Transporte atende a aproximadamente 2,3 milhões de passageiros por dia. Os municípios que possuem a mesma tarifa e permitem transferências gratuitas entre eles nas estações tubo dos corredores ou nos terminais são: Almirante Tamandaré, Pinhas, São José dos Pinhas, Araucária, Contenda, Colombo, Campo Largo, Campo Magro, Bocaiúva do Sul, Rio Branço do Sul, Itaperuçu, Piraquara e Fazenda Rio Grande.
Segundo a Urbs, a frota da RIT é cerca de 2 mil ônibus. São 355 linhas e 14 mil funcionários da área operacional dos transportes.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Nova audiência de conciliação entre trabalhadores e empresas de ônibus terminou sem acordo
ADAMO BAZANI – CBN
A greve de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana continua e o impasse em relação aos reajustes salariais dos motoristas e cobradores só deve ser resolvido depois do Carnaval.
Reunião realizada na tarde desta quinta-feira, dia 27 de fevereiro de 2014, no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná – TRT-PR terminou sem acordo.
Com isso, fica mantida a determinação da desembargadora Ana Carolina Zaina de operação de 50% da frota nos horários de pico, entre 5h30 e 8h30, das 11h30 às 14h e de 17h a 19h30, e de 30% nas demais horas.
Os veículos de transporte alternativo também continuam autorizados a prestar serviços. Eles devem fazer os mesmos itinerários dos ônibus e cobrar, no máximo, R$ 6,00.
A desembargadora marcou uma nova audiência para o dia 6 de março, mas se as negociações avançarem, um novo encontro pode ser realizado antes mesmo desta data.
DANÇA DOS NÚMEROS:
Os percentuais de reajuste negociados mudam a cada negociação e números é que não faltam. A greve começou na quarta-feira, dia 26 de fevereiro:
ATÉ 26 DE FEVEREIRO DE 2014:
O Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região pedia um aumento salarial real de 16% para os motoristas e 22% para os cobradores mais o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulado.
O Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Curitiba e Região oferecia apenas a correção pelo INPC, de 5,26% sobre os salários.
NO DIA 26 DE FEVEREIRO DE 2014:
Após a primeira reunião de conciliação entre representantes de trabalhadores e das empresas, a desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT, propôs aumento de 10,5% para motoristas e cobradores.
EM 27 DE FEVEREIRO DE 2014:
As empresas de ônibus aumentaram a proposta para 7,36% de reajuste, o que faria com que os salários dos motoristas fossem para R$ 1 mil 783 e dos cobradores para R$ 1009. As empresas também propuseram limitar a gratificação anual, uma espécie de bônus, em 2% para os funcionários que entrassem no sistema em 2014. Esta gratificação seria reajustada em 2% anualmente até chegar em 10% no quinto ano, quando seria suspensa.
Já o Sindimoc concordou em baixar para 15% a proposta de aumento nos salários tanto dos motoristas como dos cobradores, mas em assembleia que ocorreu pouco antes da reunião, na praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba, os trabalhadores indicaram que aceitariam os 10,5% de aumento com melhorias em benefícios, como abono de R$ 300 e elevação do valor do vale-alimentação de R$ 300 para R$ 400 por mês.
A desembargadora Ana Carolina Zaina, que havia sugerido 10,5%, propôs que os reajustes então fossem de 7,5%.
Já o MPT – PR – Ministério Público do Trabalho do Paraná fez outra proposta: 10,5% de aumento nos salários dos cobradores e 8,5% de aumento nos vencimentos dos motoristas.
Nenhuma das partes entrou em consenso.
FROTA MÍNIMA:
De acordo com balanço da Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora da RIT – Rede Integrada de Transporte, no horário de pico da manhã não foi cumprida a frota mínima determinada pela justiça sob pena de R$ 100 mil de multa por dia ao sindicato dos trabalhadores em caso de desobediência.
A gerenciadora diz que às 07h40 foi atingida a frota máxima na manhã: 44%, sendo que os trabalhadores deveriam colocar o percentual de 50%.
Já fora do horário de pico, quando a frota poderia ser de 30%, às 15 horas a Urbs registrou 55,45% dos ônibus escalados para os dias normais.
Isso foi visto como uma estratégia do sindicato dos trabalhadores. No pico coloca menos que o necessário, chama a atenção e causa transtorno. Fora do pico, a entidade teria incentivado mais ônibus para dizer que cumpriu mais do que a Justiça determinou no balanço do dia.
O Sindimoc nega a suposta estratégia e diz que orientou os trabalhadores a cumprirem a determinação judicial. A entidade deve fazer um levantamento próprio para comparar os números da Urbs.
A Justiça disse que não considera o balanço do dia, mas o cumprimento da determinação por faixa horária.
A Prefeitura de Curitiba entrou na noite desta quinta-feira no plantão judiciário com pedido para que a greve dos motoristas e cobradores da RIT seja suspensa imediatamente.
O executivo diz que reconhece o direito à greve, mas afirma que houve descumprimento da decisão judicial sobre a frota mínima, prejudicando o direito de ir e vir da população.
A administração de Gustavo Fruet quer também que outra reunião de conciliação seja marcada para a tarde desta sexta-feira, dia 28 de fevereiro.
NÚMEROS:
A RIT – Rede Integrada de Transporte atende a aproximadamente 2,3 milhões de passageiros por dia. Os municípios que possuem a mesma tarifa e permitem transferências gratuitas entre eles nas estações tubo dos corredores ou nos terminais são: Almirante Tamandaré, Pinhas, São José dos Pinhas, Araucária, Contenda, Colombo, Campo Largo, Campo Magro, Bocaiúva do Sul, Rio Branço do Sul, Itaperuçu, Piraquara e Fazenda Rio Grande.
Segundo a Urbs, a frota da RIT é cerca de 2 mil ônibus. São 355 linhas e 14 mil funcionários da área operacional dos transportes.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes