Ônibus da Marcopolo. Empresa é suspeita de pagar propina para se livrar de multa e teve o nome citado na Operação Zelotes
Suspeita de envolvimento da Marcopolo em esquema de propina derruba ações da empresa
Segundo indícios da Polícia Federal, empresa pagou R$ 1 milhão para se livrar de multa de R$ 200 milhões
ADAMO BAZANI – CBN
A encarroçadora de ônibus Marcopolo não terminou bem a semana. As ações da empresa na Bolsa de Valores de São Paulo tiveram queda nesta quinta-feira, último dia de pregão antes do feriado, de 4%.
O principal motivo foi a revelação feita pelo jornal O Estado de São Paulo de que a fabricante de carroceria de ônibus com sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, teria pago propina de R$ 1 milhão para se livrar de uma multa de R$ 200 milhões que era julgada no Carf – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
A encarroçadora foi citada na Operação Zelotes, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de propina que teria lesado a Receita Federal.
Segundo levantou a reportagem, um dos conselheiros, que é investigado, mandou e-mail para o chefe de Coordenação e Pesquisa da Receita Federal, Gerson Schaan, falando sobre o suposto acerto de R$ 1 milhão.
“Os acórdãos em anexo (da empresa Marcopolo) foram ‘negociados’ com as pessoas daquele esquema que já conversamos… houve pagamento de R$ 1 milhão” – diz parte do e-mail.
Contando com diversas empresas que também teriam participado do suposto esquema, os conselheiros do Carf movimentaram R$ 55,7 milhões em 93 transações consideradas atípicas pelo Conselho de Atividades Financeiras – Coaf e, de acordo com a Polícia Federal, os danos à Receita Federal foram de R$ 19 bilhões em sonegações.
Procurada pelo Blog Ponto de Ônibus, a Marcopolo ficou de enviar nesta quinta-feira desde a manhã uma resposta, mas a redação não recebeu nenhum posicionamento da empresa.
O Blog esperou durante o dia todo a manifestação da empresa antes de divulgar a nota.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes