Greve de ônibus em Curitiba: Determinação de frota mínima é descumprida e veículos não voltam às ruas

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

greve Curitiba
Poucos ônibus deixaram as garagens em Curitiba e região metropolitana contrariando ordem judicial e expectativa da população. Foto. Altair de Lima
Greve de ônibus em Curitiba: veículos não voltaram às ruas como determinado pela Justiça
Paralisação entra no segundo dia nesta terça-feira
ADAMO BAZANI – CBN
Contrariando determinação judicial reforçada em audiência de conciliação que terminou na noite de ontem, a maioria dos ônibus municipais de Curitiba e dos metropolitanos das outras 13 cidades que compõem a RIT – Rede Integrada de Transporte não voltou às ruas como era previsto.
A determinação é de 70% da frota das 5h às 9h e das 17h às 20h e de 50% nos demais horários.
A multa pelo descumprimento da ordem é de R$ 300 mil aplicada ao Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana e outros R$ 300 mil ao Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana.
O sindicato dos trabalhadores diz que tem orientado os motoristas e cobradores a obedecerem a determinação. A representação das empresas também diz que enviou um ofício às companhias com a decisão judicial para que a frota mínima fosse cumprida.
Uma outra audiência de conciliação está marcada às 14h30 no TRT – Tribunal Regional do Trabalho.
Por dia, usam o transporte coletivo nas 14 cidades da RIT aproximadamente 2,2 milhões e passageiros.
Para tentar minimizar os efeitos da paralisação, que nesta segunda-feira dia 27 de janeiro de 2015 entra no segundo dia, a Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora dos serviços, tem cadastrado ônibus, vans e carros particulares para realização dos transportes.
Desde ontem até às 08h00 desta terça-feira, foram registrados para o transporte alternativo 729 veículos. As tarifas não podem ultrapassar R$ 6,00.
Eles veículos recebem um cartaz de identificação da Urbs e estão autorizados a usar os corredores exclusivos de BRT.
Os motoristas e cobradores reclamam do não pagamento de 40% dos salários que são referentes aos adiantamentos, os chamados “vales”, previstos em acordo trabalhista, da não realização dos depósitos por parte das empresas de R$ 48,30 relativos à Assistência Médica Ambulatorial, uma espécie de plano de saúde gerenciado pelo Sindimoc.
Procedimentos como exames e consultas com especialistas foram suspensos.
As empresas de ônibus alegam que estão sem recursos porque não receberam os repasses dos subsídios das integrações e parte do dinheiro por passageiro transportado.
Há um verdadeiro impasse não apenas técnico, mas político, entre governo do estado do Paraná e a prefeitura de Curitiba sobre os repasses de subsídios principalmente para custear as integrações entre as linhas municipais e as metropolitanas da RIT.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes