Exame toxicológico para motoristas profissionais será obrigatório a partir de abril

A partir do dia 30 de abril, motoristas que irão adicionar ou renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para as categorias C, D ou E terão que se submeter a exame toxicológico. O prazo foi novamente adiado por meio da resolução 517/2015 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicada nesta sexta-feira (30), no DOU (Diário Oficial da União). 
Antes da nova decisão, o prazo limite era 1º de março de 2015. De acordo com a resolução, o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) deverá credenciar os laboratórios que estejam aptos para realizar as análises laboratoriais toxicológicas. 
O exame tem o objetivo de identificar o uso de substâncias psicoativas no organismo do motorista e oferecer mais segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas. O custo varia de R$ 270 a R$ 290. 
A análise clínica poderá ser realizada pelo fio de cabelo ou pelas unhas para detectar diversos tipos de drogas e seus derivados, como a cocaína, maconha, morfina, heroína, ecstasy, ópio, codeína, anfetamina e metanfetamina (rebite). O exame é capaz de detectar substâncias usadas em um período de tempo de três meses.
O Contran destaca que a constatação da substância psicoativa não significa, necessariamente, o uso ilícito ou dependência química por parte do condutor, já que existem medicamentos que têm, na composição, substâncias que são detectadas pelo exame. Por esta razão, a quantidade e a duração do uso identificadas no exame deverão ser submetidas à avaliação médica em clínica credenciada, que emitirá um laudo final de aptidão do candidato a condutor.
Na realização do exame, é garantido ao motorista o anonimato, o conhecimento antecipado do resultado e sua decisão sobre a continuidade ou não dos procedimentos de habilitação profissional. 

FONTE: Agência CNT 

Volare lança miniônibus com piso baixo e motor traseiro

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Volare Acess atende à demanda por ônibus de menor porte que ofereçam acessibilidade para os passageiros em linhas que alimentam sistemas de alta capacidade. Foto: João Luiz Oliveira/ Texto: Adamo Bazani/Blog Ponto de Ônibus
Volare apresenta miniônibus com piso baixo e motor traseiro
Veículo atende normas de acessibilidade, podendo ser usado como alimentação de sistemas com maior capacidade
ADAMO BAZANI – CBN
O elevador em ônibus, equipamento que integra a maior parte da frota urbana brasileira acessível, é uma solução possível para a realidade operacional no País. A maioria dos ônibus tem motor dianteiro, sendo necessária esta configuração ou não, e uma parcela significativa trafega em vias que não permitem uma carroceria com menor distância do solo. Mas, na prática, o elevador não é considerado o melhor equipamento para quem possui algum tipo de limitação. Isso porque, normalmente, ele é usado para embarque de pessoas em cadeira de rodas. Quem possui restrição de movimento, mas não está na cadeira de rodas, ou mesmo limitação visual ainda tem de enfrentar os degraus dos ônibus.
A solução mais adequada para acessibilidade é o embarque com a plataforma no mesmo nível do assoalho dos ônibus, sistema presente em estações em corredores exclusivos, que ainda são minoria no transporte urbano brasileiro.
Assim, fora do corredor e sem as limitações dos elevadores, a configuração de piso baixo (total, para entrada ou central – este último praticamente em desuso) com rampa tem se mostrado uma alternativa que atende quem usa cadeira de rodas e quem tem alguma limitação visual ou de movimento sem necessidade da cadeira.
Já são comuns os ônibus convencionais, padrons, 15 metros, articulados, superarticulados e biarticulados com este tipo de acesso em vias que permitem o tráfego de modelos com uma distância menor entre a via e o assoalho.
Mas ainda há poucos micro-ônibus e miniônibus com esta configuração. Estes modelos menores ganharam destaque na alimentação de serviços de ônibus com mais capacidade de passageiros e metroferroviários.
Volare Access
Além de ser piso baixo, com motor traseiro e rampa, modelo possui sistema de rebaixamento da carroceria para facilitar embarque e desembarque. Foto: João Luiz Oliveira/ Texto: Adamo Bazani/Blog Ponto de Ônibus.
A Volare, unidade de veículos leves da Marcopolo, apresentou o Volare Access. É um ônibus com dimensões reduzidas, motor traseiro, com PBT – Peso Bruto Total de 9,2 toneladas, 9 metros de comprimento, altura externa de 3,13 metros e largura de 2,36 metros.
Além de ser de piso baixo com rampa, o veículo possui o sistema de suspensão a ar e rebaixamento total da carroceria na hora do embarque e desembarque.
Foi mais de um ano para o desenvolvimento do modelo, o que envolveu diversas áreas da Volare como design, engenharia e produção.
Na versão urbana, pode transportar até 35 passageiros, um passageiro na cadeira de rodas além do cobrador, se o sistema da cidade contar com este profissional.
Já na configuração escolar, há duas versões: 16 passageiros e três boxes para cadeira de rodas ou 21 passageiro e um Box para cadeira de rodas.
Em nota, a Volare detalha as principais características do motor e do sistema de transmissão:
“O Volare Access é equipado com motorização traseira Cummins ISF 3.8, com 162 cv de potência e torque de 600 Nm a 1.500 rpm, transmissão mecânica EATON FSO 4505 C de cinco marchas e direção hidráulica. O motor traseiro possibilita fácil acesso aos componentes, possui sistema de refrigeração gerenciado eletronicamente com quatro eletroventiladores, reduzindo o nível de ruído e assegurando temperatura constante de funcionamento.”
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

ESPECIAL: Com bons resultados no Sul, ônibus a biometano será testado em São Paulo

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus movido a Biometano da Scania, sendo testado no Rio Grande do Sul. No Brasil, houve já experiências semelhantes, como com a CMTC em São Paulo, mas atualmente a tecnologia conseguiu corrigir problemas comuns no passado, como perda de desempenho, garantem os fabricantes
Com bons resultados no Sul, ônibus a biometano será testado em São Paulo
Uso deste gás, além de trazer impactos positivos para o meio ambiente, pode significar oportunidades de maior renda para agricultores familiares e a produção é considerada simples e de baixo custo, segundo especialistas
ADAMO BAZANI – CBN
Dizem que é na simplicidade que estão as boas ideias e os grandes avanços. Por diversas vezes, a solução é tão simples que muitos acabam dizendo “como foi que não pensei nisso antes?”.
É o que ocorre com o melhor aproveitamento dos gases oriundos no processo de decomposição de resíduos que podem dar origem ao biometano.
O Brasil é um dos grandes produtores de resíduos urbanos e também de rurais. Assim, problemas de logística não seriam os grandes impedimentos para que o biometano possa se tornar uma fonte energética com maior escala.
E o setor de transportes de passageiros, pode ser um dos segmentos econômicos a aproveitar melhor a matéria que origina este combustível.
Após circular no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no Paraná, um ônibus movido a biometano foi testado também no Rio Grande do Sul.
Os estudos tiveram a parceria da fabricante Scania, da Sulgás – Companhia de Gás do Rio Grande do Sul, da Brasken, que cedeu o parque industrial para a circulação do ônibus e da Ecocitros, que é uma cooperativa de citricultores da região do Vale do Caí, e da Naturovos, com sede na cidade de Salvador do Sul, pertencente ao Grupo Solar, produtora de ovos e derivados. A Naturovos e a Ecocitros formaram o Consórcio Verde Brasil justamente para fornecer os resíduos orgânicos, como cascas de frutas e fezes de galinhas, de onde vai ser gerado o biogás matéria para o biometano.
O modelo de ônibus é um Scania Citiwide, de 15 metros de comprimento e três eixos, K 280 – 6X2 *4 – DC 09 280, com chassi e motor feitos na Suécia e a carroceria na Polônia pela própria Scania.
O veículo, da geração 2013, foi fabricado para utilizar gás natural, mas no Brasil, ele tem operado com o biometano. Essa é uma das características do modelo: há possibilidade de usar um dos dois combustíveis ou então a mistura entre os dois. As características de queima são bem parecidas, não havendo necessidade de alterar nada no motor ou demais componentes.
Entre outubro e novembro, o veículo ficou no Paraná. De dezembro a janeiro no Rio Grande do sul e na próxima semana deve estar circulando, sem passageiros porque a configuração interna atende às normas suecas, na cidade de São Paulo, onde fica até o início de março, retornando para a Europa. A Scania adiantou que em março virá apenas um chassi deste mesmo modelo para o Brasil. Até o final de maio, a estrutura deve receber uma carroceria brasileira.
Os resultados dos testes no Rio Grande do Sul foram apresentados nesta quinta-feira, dia 29 de janeiro de 2015, na unidade da Braskem, em Triunfo, no Rio Grande do Sul. O Blog Ponto de Ônibus esteve lá para acompanhar os principais números, andar no ônibus e também visitar a usina de compostagem da Ecocitrus, na cidade de Montenegro, também no Rio Grande do Sul.
A análise do desempenho do veículo foi feita pela Univates – Universidade do Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social, localizada na cidade de Lajeado.
De acordo com o professor coordenador dos trabalhos acadêmicos nos testes, Odorico Konrad, o ônibus teve bons resultados quanto à rentabilidade, nível de ruído e emissão de poluentes.
“Dentro do parque da Brasken, levando funcionários, a média de consumo foi de 2,13 km/nm3. É um ótimo rendimento comparado com o diesel, levando em conta que o preço do gás é menor que o do combustível fóssil. Os níveis de poluição ficaram bem abaixo do determinado pelo Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente e as emissões de ruído também foram abaixo dos padrões determinados pelas autoridades. Em marcha-lenta, com motor a 610 rpm (rotações por minuto) o ruído foi de 77,53 decibéis, em média. A 2500 rpm, a média do ônibus foi de 95,67 decibéis, sendo que o limite é de 98 db” – explica o professor.
O nível de ruído mais baixo ocorre porque o ônibus tem motor ciclo Otto, de 5 cilindros. Neste tipo de motor, uma faísca dá início ao uso do combustível. Já no motor Diesel, o gás é pressionado dentro do sistema, havendo mais barulho. A autonomia do ônibus, de acordo com a Scania, é de 300 quilômetros a 400 quilômetros, dependendo das condições de operação. A redução das emissões de poluição chega a ser de 70% em relação aos motores Euro 6, usados na Europa, sendo mais evidente ainda na comparação com os propulsores do tipo Euro 5, cujas normas são seguidas no Brasil.
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Antigamente, boa parte dos abastecimentos era demorada e dependia de carretas especiais com cilindros. Hoje em dia, abastecimento por bombas é mais simples e rápido.
O preço do veículo é de 20% a 25% mais alto que de um ônibus do mesmo porte a diesel. A maior diferença de preços se dá por causa dos tanques de combustível que ficam no teto do ônibus.
De acordo com o diretor de vendas de ônibus da Scania, Silvio Munhoz, o uso do gás natural e biometano hoje pode ter impacto positivo inclusive nas tarifas.
“Em pouco tempo, este ônibus se paga. E ainda sobra muita vida útil para ele que vai possibilitar a redução dos custos operacionais podendo trazer impactos para a população no valor das tarifas. Não imaginamos, claro, ainda no Brasil, frotas com 100% de ônibus a gás. Mas frotas mistas poderiam resultar em redução dos custos e claro, terem um impacto ambiental muito favorável, melhorando a qualidade de vida das pessoas e também trazendo outro benefício econômico que é a redução nos gastos com saúde pública por causa de problemas de poluição” – disse o executivo.
Ele garante que o nível de nacionalização para a fabricação de um ônibus a biometano é grande e que a maioria as peças no chassi e motor são as mesmas usadas para a produção de um ônibus a diesel.
“Aproximadamente 85% das peças são compartilhados entre o ônibus a gás e o diesel. Isso reduz muito o custo de produção, aquisição e manutenção. Para se ter uma ideia, apenas 40 componentes do motor são diferentes.” – explica
ÔNIBUS A GÁS DÁ CERTO MESMO?
Em 1983, a CMTC – Companhia Municipal de Transporte Coletivo, de São Paulo, colocou em circulação um monobloco O 362, da Mercedes-Benz,movido a metano. Em 1987, já eram 20 ônibus. Um dos locais de abastecimento dos ônibus, onde havia uma espécie de processadora do gás, era o lixão da região de Interlagos, na zona Sul de São Paulo.
Nos anos de 1990, eram comuns na cidade ônibus a gás natural – GNV. Muitos monoblocos Mercedes-Benz O-364, O-365 e O-371 eram vistos pela cidade, também operando pela CMTC. Algumas empresas particulares também operavam com estes ônibus a gás. Depois da privatização da CMTC, entre 1993 e 1994, alguns destes ônibus circulavam pela CCTC – Cooperativa Comunitária de Transportes Coletivos, em especial os O-371.
Mas uma das queixas, na época, era a perda de força do ônibus em subidas ou mesmo quando estivesse mais lotado. A velocidade era de difícil retomada e as quebras eram constantes.
Até hoje há uma resistência por parte de empresários e poder público quando assunto é ônibus a gás.
O diretor de vendas de ônibus da Scania, Silvio Munhoz, diz que estes problemas ficaram no passado. Hoje na Europa, uma parcela significativa de ônibus é a gás.
Ele explica que está na tecnologia de queima do combustível e no abastecimento, a grande diferença para que hoje os ônibus a gás não tenham os mesmos problemas que ainda assustam empresários e poder público.
“O que ocorreu com estes ônibus mais antigos era que eles tinham injeção mecânica. O que dá desempenho é a queima do metano. A fábrica, antigamente, fazia uma regulagem para o combustível, mas por diversos fatores, na hora da injeção, não vinha a quantidade de metano necessária para a queima. Já no sistema de injeção eletrônica, esta quantidade correta é regulada na hora por softwares. Há sondas na entrada e na saída do gás que enviam a mensagem para o motor que corrige na hora a quantidade de metano a ser queimada. Além disso, a distribuição era por carretas. Nem todo o gás dos cilindros das carretas eram aproveitados e o tempo de abastecimento era muito longo. Hoje em três minutos você enche um tanque de ônibus com gás. Um ônibus a diesel demora de um minuto e meio a dois” – explica.
BIOMETANO PODE SER UMA MATRIZ ESTRATÉGICA BRASILEIRA:
O Bimetano produzido pela Sulgás, no Rio Grande do Sul, foi chamado pela empresa e participantes do projeto de GNVerde. Ele hoje é testado na frota de veículos leves na Ecocitrus, Sulgás e Naturovos. Segundo a companhia que é de economia mista, com 51% das ações do estado do Rio Grande do Sul, e 49% da Gaspetro, da Petrobrás, o GNVerde tem alto teor de metano, com 96,5%. A quantidade de CO2 é de 2%. Isso permite um maior aproveitamento energético, uma melhor queima e redução da poluição ainda maior, de acordo com a companhia.
A empresa aguarda regulamentação da ANP para a comercialização do biometano, o que deve ser publicado nos próximos dias. Entre outros fatores, a ANP deve estipular parâmetros para a tarifa, além da carga tributária.
A distribuição para o consumidor deve ser feita na mesma rede do GNV. Hoje, no Rio Grande do Sul, a Sulgás tem 805 quilômetros de dutos de distribuição. Com investimentos de R$ 250 milhões, esta rede deve chegar em 2018 a 1.400 quilômetros. Há também a distribuição por caminhões.
“O gás natural hoje vem da Bolívia, passa pelo Mato Grosso do Sul e chega até o Rio Grande do Sul. A capacidade deste gasoduto está chegando ao limite. O biometano é a alternativa para a maior demanda e para reduzirmos a dependência do gás boliviano. E fazemos isso sem depender de outros mercados, nós mesmos, de maneira muito simples fabricamos nosso combustível” – comenta a diretora de planejamento da Sulgás, Jussimara Rolim.
O diretor-presidente da empresa, Roberto Tejadas, diz que o biometano tem boas perspectivas em diversos segmentos da economia, mas no setor de transportes, é necessário despertar o interesse dos frotistas.
“A Sulgás acredita que o biometano vai ocupar uma fatia significativa do mercado do gás natural, ampliando nossa condição de suprir outros clientes que hoje não são atendidos pelo gás natural. Existe ainda no transporte brasileiro uma vinculação forte ao diesel, os veículos a diesel têm escala, portanto eles são comercialmente mais estabelecidos, mas eu acho que o apelo da sociedade, a necessidade de ter transporte respeitando elementos de equilíbrio ambiental vai pressionar para que num curto espaço de tempo a gente tenha estes veículos aqui. A associação brasileira das distribuidoras de gás acredita que até o ano que vem teremos grandes frotistas aderindo a este combustível” – comentou Tejadas.
MEIO AMBIENTE, ECONOMIA, MOBILIDADE E SOCIAL:
Inicialmente, o biometano no transporte coletivo, de acordo com os especialistas que apresentaram os resultados dos testes, pode trazer vantagens em três pilares:
– na destinação de resíduos, um dos grandes problemas na agricultura e nas cidades,
-no transporte público com uma frota melhor, mais silenciosa e com custos menores de operação, o que pode refletir numa estabilidade das tarifas pagas pelo passageiro, já que boa parte dos custos no sistema é por causa do diesel,
– no meio ambiente, melhorando a qualidade de vida nas cidades e diminuindo a emissão de materiais particulados.
Mas os benefício podem ir além.
O presidente da Ecocitrus, Fábio José Essweie, vê no biometano um elemento importante para o desenvolvimento da agricultura familiar
“O biometano traz para nós uma questão de total sustentabilidade dentro do processo que a gente já tem de trabalho. Nós hoje temos combustível também para gerar energia elétrica para tocar nossas indústrias e também para a logística na agricultura, abastecendo os veículos particulares e os utilizados na lavoura. Para os sócios da Ecocitrus, que são pequenos agricultores, é uma questão importantíssima. Desenvolvemos um trabalho no consócio pelo qual o agricultor já recebe os insumos de graça, vai receber o combustível praticamente de graça. Isso vai gerar uma receita maior para o agricultor. A questão dos resíduos também é resolvida com o aproveitamento do gás para o bimetano, prova disso é a Naturovos, cujo a destinação dos resíduos do animais se tornou de problema a algo vantajoso. A boa experiência vai valer também para criações de gado, suinocultura. Para se ter uma ideia, na nossa região, hoje temos um limite de produção porque não tem onde colocar os dejetos .” – relata o dirigente da cooperativa.
A PARTE TÉCNICA:
De uma maneira geral, a produção do biometano é considerada simples e de baixo custo pelos especialistas ouvidos na apresentação, sendo a matéria-prima, os processos e a mão-de-obra essencialmente nacionais.
O diretor da Usina de Compostagem e Biogás da Ecocitrus, Albari Gelson Pedroso, diz que o bimetano é proveniente de uma matéria-prima gerada pela própria natureza e que é desperdiçada, podendo ter uma significativa gama de aplicações. Ele explica o caminho desta matéria desde a separação dos dejetos até o tanque de combustível do ônibus.
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Áreas de compostagem e tratamento de gás da Usina da Ecocitrus.
“O processo de compostagem gera automaticamente uma série de emissões de gases. É claro que num processo aeróbico você tem preferencialmente no metabolismo a geração de CO2 e alguma coisa de metano em função deste próprio processo. Mas esta mesma matéria orgânica num ambiente anaeróbico gera CH4 e CO2. Assim, num tempo muito menor que processo aeróbico, que levaria 120 dias para ter o composto, num processo anaeróbico produzindo o gás, é possível fazer em 30 dias com melhor qualidade e mais estável, com ganhos que podem colaborar com a viabilidade econômica do empreendimento. Inicialmente, numa central de compostagem recebe-se uma série de biomassas de várias indústrias, como laticínios, agroindústria, que é o nosso caso, cervejarias, etc. Estes materiais adequados são direcionados para o processo de biogás, ou seja, é feita uma mistura, o processo vai definir a relação carbono/nitrogênio adequada, define uma concentração de sólido, ainda uma característica bombeável, e desse material respeita-se a condição de sólidos voláteis, ou seja, é aquilo que é possível transformar em gás. O ideal é que a matéria orgânica que eu coloco tenha alto índice de voláteis, isto é, no nosso caso, acima de 75%. Este material é temporizado, a cada meia hora a um certo volume, os reatores são agitados, eles têm controle de temperatura. Estes reatores, um primário e um secundário, geram gás continuamente, porque na medida que a matéria orgânica está entrando começa hidrolisar até a fase final que é a metalogenese, ou seja, o processo é contínuo, gera gás o tempo todo. Se você deixar de alimentar o processo, as bactérias não têm comida e não produzem gás. Na medida que entra o dejeto, sai no final o mesmo volume só tirando a massa do biogás, dando origem a uma enorme gama de produtos para insumo agrícola, como composto orgânico, biofertilizante. No caso do gás, eu teria biogás natural do jeito que ele se encontra, que no nosso caso, operamos em torno de 70% de metano, e nós geramos energia elétrica para o autoconsumo. Há uma limpeza, tirando o gás sulfídrico, e já dá para usar o gás como ele está, mas não para aplicações em veículos. Lembrando que o biogás é diferente do biometano. O biogás é simplesmente o que é gerado no reator. A retirada do gás sulfídrico deve ser trabalhada desde o início do processo, inclusive na formação inicial da mistura de vários resíduos já tem de tomar cuidado adequado, protegendo o meio ambiente, com catalisador para esta retirada. Com o biogás, você já gera a energia dos equipamentos que vão purificar o gás, que nada mais é do que separar os gases, tira o CO2 de um lado e deixa o metano do outro. Comprime-se esta gás a 220 quilos de pressão e você abastece os veículos nesta condição de pressão. É uma pressão alta para ter confinada uma quantidade suficiente para ter uma autonomia tranquiliamente superior a 200 quilômetros por tanque de gás” – detalha o especialista.
Pode haver geração de poluição na produção do gás, mas a redução das emissões nos veículos é maior, segundo os técnicos.
É possível também extrair biometano de resíduos urbanos, mas eles possuem uma quantidade de substâncias agressivas que exigem um processo de purificação do biogás mais complexo e mais caro.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
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Prefeitura divulga aumento das tarifas dos ônibus de integração e 'frescões'



A Prefeitura do Rio publicou no Diário Oficial dois decretos de aumento de passagem. Subirão os valores das tarifas da integração dos ônibus municipais com os trens, e também, dos coletivos rodoviários com ar-condicionado, os frescões. Os reajustes entram em vigor na próxima segunda-feira.
De acordo com o despacho, o valor da integração ônibus-trem será reajustado de R$4,35 para R$4,70, ou seja, aumento de aproximadamente 8%. O reajuste é válido para usuários que pagarem as passagem com o Bilhete Único Carioca, no intervalo de 2h30.
Sobre os frescões, a prefeitura autorizou que os Concessionários do Serviço de Passageirospor Ônibus do Município do Rio de Janeiro (SPPO-RJ) a cobrar os valores máximos de até R$ 14,65, dependendo da linha, para serviços praticados com emprego de Ônibus Rodoviários equipados com sistema de ar condicionado. Ao todo, 51 linhas terão aumento na tarifa.

Confira abaixo os novos valores
2014 GÁVEA x RODOVIÁRIA R$ 9,85
2015 CASTELO x LEBLON (CIRCULAR) R$ 9,85
2017 RODOVIÁRIA x LEBLON (CIRCULAR) R$ 9,85
2018 AEROPORTO INTERNACIONAL DO RJ x PENÍNSULA R$ 14,65
2101 AEROPORTO INTERNACIONAL x AEROPORTO SANTOS DUMONT R$ 12,80
2110 GARDÊNIA AZUL x CASTELO R$ 12,80
2111 PRAÇA SECA x CASTELO (VIA AV. MENEZES CORTES) R$ 14,65
2112 TAQUARA x CASTELO (VIA LINHA AMARELA) R$ 14,65
2114 FREGUESIA x CASTELO R$ 14,65
2115 PECHINCHA x CASTELO (VIA ITANHANGÁ) R$ 14,65
2145 AEROPORTO INTERNACIONAL x AEROPORTO SANTOS DUMONT R$ 12,80
2203 GRAJAÚ x CASTELO (CIRCULAR) R$ 9,85
2251 ENGENHO DE DENTRO x CASTELO (EXPRESSO) R$ 9,85
2295 PAVUNA x CASTELO R$ 12,80
2302 MARIÓPOLIS x CASTELO R$ 12,80
2303 CESARÃO x CARIOCA (VIA PALMARES E PRES. VARGAS) R$ 9,85
2304 SEPETIBA x CARIOCA (VIA AV. PADRE G. DECAMINADA) R$ 14,65
2305 JARDIM AMÉRICA x CASTELO R$ 9,85
2307 JARDIM SETE DE ABRIL x CASTELO (VIA AV. PRES. VARGAS) R$ 14,65
2308 COSMOS x CARIOCA R$ 9,85
2309 URUCANIA x CARIOCA R$ 9,85
2310 BANGU x CANDELÁRIA R$ 14,65
2329 RECREIO x CASTELO (VIA AV. SERNAMBETIBA) R$ 14,65
2330 RODOVIÁRIA x B.DA TIJUCA (VIA PENÍNSULA / L. AMARELA) CIRC. R$ 14,65
2331 SANTA CRUZ x CASTELO (VIA PRAÇA MAUÁ) R$ 14,65
2332 CAMPO GRANDE x CASTELO (VIA AV. SANTA CRUZ) R$ 14,65
2332 SV - CAMPO GRANDE x CASTELO (VIA AV. SANTA CRUZ / PCA. XV) R$ 14,65
2333 RECREIO x CASTELO (VIA AV. DAS AMÉRICAS) R$ 14,65
2333 SV - RECREIO x CASTELO (VIA AV. DAS AMÉRICAS / GUIOMAR NOVAES) R$ 14,65
2334 CAMPO GRANDE x CASTELO (V. EST. DA ILHA E BARRA DA TIJUCA) R$ 14,65
2334 SV - C.GRANDE x CASTELO (V.CACHAMORRA E BARRA DA TIJUCA) R$ 14,65
2335 SANTA CRUZ x CASTELO (VIA BARRA DA TIJUCA) R$ 14,65
2336 CAMPO GRANDE x CASTELO (VIA AV. BRASIL) R$ 14,65
2337 SANTA CRUZ x CASTELO (VIA SEPETIBA) R$ 14,65
2338 CAMPO GRANDE x CASTELO (VIA ESTRADA DO MAGARCA) R$ 14,65
2339 CAMPO GRANDE x CASTELO (VIA ESTR. DA POSSE) R$ 14,65
2342 BANANAL x CASTELO (VIA LINHA VERMELHA) R$ 12,80
2343 RIBEIRA x CASTELO (VIA LINHA VERMELHA) R$ 12,80
2344 BANCÁRIOS x CASTELO R$ 12,80
2345 SVA - VILA VALQUEIRE x CASTELO (VIA NORTE SHOPPING) R$ 12,80
2345 SVB - V.VALQUEIRE x CASTELO (Via PCA. BANDEIRA / REP. CHILE) R$ 12,80
2345 VILA VALQUEIRE x CASTELO (Via NORTE SHOPPING / R. QUIRIRIM) R$ 12,80
2346 VILA VALQUEIRE x CASTELO (VIA MARECHAL HERMES) R$ 12,80
2381 PEDRA DE GUARATIBA x CASTELO R$ 14,65
2381 SV - PEDRA DE GUARATIBA x CASTELO (VIA MATO ALTO) R$ 14,65
2483 PENHA x IPANEMA (VIA ATERRO) CIRCULAR R$ 12,80
2801 CAMPO GRANDE x BARRA DA TIJUCA (VIA ESTR. MAGARCA) R$ 14,65
2802 SANTA CRUZ x BARRA DA TIJUCA (VIA AV. AMÉRICAS) R$ 14,65
2803 VILA KENNEDY x ALVORADA R$ 14,65
2804 BANGU x BARRA DA TIJUCA (VIA CACHAMORRA) R$ 14,65
2918 AEROPORTO INTERNACIONAL RJ x ALVORADA (VIA LINHA AMARELA) R$ 14,65

Fonte: O Dia

Greve de ônibus em Curitiba: Determinação de frota mínima é descumprida e veículos não voltam às ruas

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Poucos ônibus deixaram as garagens em Curitiba e região metropolitana contrariando ordem judicial e expectativa da população. Foto. Altair de Lima
Greve de ônibus em Curitiba: veículos não voltaram às ruas como determinado pela Justiça
Paralisação entra no segundo dia nesta terça-feira
ADAMO BAZANI – CBN
Contrariando determinação judicial reforçada em audiência de conciliação que terminou na noite de ontem, a maioria dos ônibus municipais de Curitiba e dos metropolitanos das outras 13 cidades que compõem a RIT – Rede Integrada de Transporte não voltou às ruas como era previsto.
A determinação é de 70% da frota das 5h às 9h e das 17h às 20h e de 50% nos demais horários.
A multa pelo descumprimento da ordem é de R$ 300 mil aplicada ao Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana e outros R$ 300 mil ao Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana.
O sindicato dos trabalhadores diz que tem orientado os motoristas e cobradores a obedecerem a determinação. A representação das empresas também diz que enviou um ofício às companhias com a decisão judicial para que a frota mínima fosse cumprida.
Uma outra audiência de conciliação está marcada às 14h30 no TRT – Tribunal Regional do Trabalho.
Por dia, usam o transporte coletivo nas 14 cidades da RIT aproximadamente 2,2 milhões e passageiros.
Para tentar minimizar os efeitos da paralisação, que nesta segunda-feira dia 27 de janeiro de 2015 entra no segundo dia, a Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora dos serviços, tem cadastrado ônibus, vans e carros particulares para realização dos transportes.
Desde ontem até às 08h00 desta terça-feira, foram registrados para o transporte alternativo 729 veículos. As tarifas não podem ultrapassar R$ 6,00.
Eles veículos recebem um cartaz de identificação da Urbs e estão autorizados a usar os corredores exclusivos de BRT.
Os motoristas e cobradores reclamam do não pagamento de 40% dos salários que são referentes aos adiantamentos, os chamados “vales”, previstos em acordo trabalhista, da não realização dos depósitos por parte das empresas de R$ 48,30 relativos à Assistência Médica Ambulatorial, uma espécie de plano de saúde gerenciado pelo Sindimoc.
Procedimentos como exames e consultas com especialistas foram suspensos.
As empresas de ônibus alegam que estão sem recursos porque não receberam os repasses dos subsídios das integrações e parte do dinheiro por passageiro transportado.
Há um verdadeiro impasse não apenas técnico, mas político, entre governo do estado do Paraná e a prefeitura de Curitiba sobre os repasses de subsídios principalmente para custear as integrações entre as linhas municipais e as metropolitanas da RIT.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Greve de ônibus em Curitiba e região: transportes devem voltar nesta terça-feira

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus não saíram das garagens no primeiro dia de paralisação. Frota deve voltar a circular nesta terça-feira. Foto: Reprodução RPC-TV.
Greve de ônibus em Curitiba e Região: transportes devem voltar nesta terça-feira
Reunião de conciliação nesta segunda-feira terminou com propostas do Ministério Público do Trabalho para que empresas, prefeitura de Curitiba e Governo do Estado do Paraná apresentem plano de pagamento dos salários e direitos trabalhistas atrasados
ADAMO BAZANI – CBN
A greve de motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba de mais 13 cidades que compõem a RIT – Rede Integrada de Transporte deve ser suspensa, mesmo que parcialmente, nesta terça-feira, dia 27 de janeiro de 2015. A movimentação grevista, no entanto, não foi encerrada.
O desembargador Luiz Eduardo Gunther determinou que 70% da frota do transporte coletivo deve voltar a operar a partir de zero hora desta terça-feira em horário de pico e 50% nos demais horários.
A reunião de conciliação entre representantes do Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana, Urbs – Urbanização de Curitiba S.A. – gerenciadora municipal do sistema e Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba- do governo do estado, terminou nesta segunda-feira, dia 26, com propostas apresentadas pelo procurador André Lacerda, do Ministério Público do Trabalho.
As propostas foram aceitas pelo desembargador Luiz Eduardo Gunther do TRT – Tribunal Regional do Trabalho, que intermediou o encontro.
André Lacerda propôs que a Urbs, a Comec e as empresas de ônibus apresentem até às 14h30 desta terça-feira, dia 27 de janeiro, um plano concreto para o pagamento dos adiantamentos nos salários que não foram depositados nas contas dos trabalhadores.
O procurador ainda sugeriu, mediante às outras propostas para garantir os pagamentos, que os ônibus voltem a circula nesta teça-feira em Curitiba e Região Metropolitana.
Sobre a punição aos sindicatos dos trabalhadores e das empresas de ônibus pelo não cumprimento da frota mínima determinada pela Justiça, o procurador sugeriu que o assunto seja discutido em outra audiência marcada para às 14h30 desta terça-feira.
Aproximadamente 2,2 milhões de passageiros foram afetados no primeiro dia de paralisação.
A frota mínima de 70% das 5h às 9 h e das 17h às 20h e de 50% nos demais horários não foi cumprida. A determinação para que estes percentuais fossem cumpridos é de sábado, dia 24 de janeiro, quando o desembargador Benedito Xavier da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho – TRT,atendeu pedido de liminar da Urbs. A multa inicial pelo descumprimento foi de R$ 50 mil ao Setransp e Sindimoc. No entanto, pela manhã desta segunda-feira, o juiz aumentou o valor para R$ 300 mil já que pouquíssimos ônibus foram colocados em circulação.
Os motoristas e cobradores reclamam do não pagamento de 40% dos salários que são referentes aos adiantamentos, os chamados “vales”, previstos em acordo trabalhista, da não realização dos depósitos por parte das empresas de R$ 48,30 relativos à Assistência Médica Ambulatorial, uma espécie de plano de saúde gerenciado pelo Sindimoc.
Procedimentos como exames e consultas com especialistas foram suspensos.
As empresas de ônibus alegam que estão sem recursos porque não receberam os repasses dos subsídios das integrações e parte do dinheiro por passageiro transportado.
Há um verdadeiro impasse não apenas técnico, mas político, entre governo do estado do Paraná e a prefeitura de Curitiba sobre os repasses de subsídios principalmente para custear as integrações entre as linhas municipais e as metropolitanas da RIT.
Na audiência, diretor de transporte da Comec, André Fialho, admitiu a dívida de R$ 15,8 milhões com a Urbs. Ele disse que Secretaria Estadual da Fazenda estuda a forma de pagamento. Mas a Comec diz que os subsídios para esta integração devem ser menores porque os custos das linhas metropolitanas são inferiores aos que os anunciados pela Urbs.
O advogado da Comec, Raul Siqueira, afirmou na mesma audiência que deve ser realizada uma reunião entre a Casa Civil e Secretaria Estadual da Fazenda para definir forma de pagamento da dívida. De acordo com a Comec, há intenção de parcelar o valor da dívida em sete vezes.
O presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse que a dívida da Comec é de R$ 16,5 milhões e não de R$ 15,8 milhões.
No início da audiência, presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, disse que há mais de 30 anos é pago o adiantamento ou o “vale” sobre os salários. Os depósitos entre R$ 10 e R$ 18 foram considerados “afronta” pelos trabalhadores, que dizem também que há atrasos nos pagamentos de férias e do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
O presidente do Setransp, Maurício Gulin, disse que estado e prefeitura devem R$ 18,7 milhões. Ele afirmou ainda que as empresas tiveram de recorrer a empréstimos bancários para pagarem o 13º salário dos funcionários referente ao ano passado e que algumas companhias de ônibus estão com dívidas também com fornecedores de auto-peças, óleo diesel, carrocerias, chassis, pneus, lubrificantes e outros insumos.
IMPASSE ENTRE GOVERNO DO ESTADO E PREFEITURA DE CURITIBA:
A situação do transporte de Curitiba e Região Metropolitana, considerado um dos modelos de mobilidade usados como exemplo até por outros países, é delicada do ponto de vista financeiro.
E os motivos são questões políticas entre prefeitura de Curitiba e governo do Estado do Paraná.
A Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, órgão do Governo do Estado, anunciou neste ano que vai reduzir o valor dos subsídios para os ônibus metropolitanos que têm origem nas outras cidades e que se integram com os municipais da capital Curitiba. O valor, de acordo com a Comec, passaria de R$ 7,5 milhões para R$ 2,3 milhões por mês. É um subsídio para manter as integrações gratuitas entre os ônibus municipais e metropolitanos.
A Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., que é um órgão municipal, diz que o valor é insuficiente e que o corte é arbitrário. A autarquia, que era responsável por gerenciar o sistema integrado dos 14 municípios que formam a RIT, anunciou nesta sexta-feira, dia 23 de janeiro, que a partir de agora só vai cuidar das finanças do transporte municipal de Curitiba. Até então, a Comec, do governo do estado, repassava as verbas para a Urbs, da prefeitura, que por sua vez pagava às empresas de ônibus a complementação dos recursos.
Para reduzir o valor, a Comec se baseia numa pesquisa de origem e destino feita pela Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP – Universidade de São Paulo.
O estudo, segundo o governo do estado, constatou que a integração com os ônibus metropolitanos representa 27,82% dos custos da RIT e não quase 40% como alega a Urbs. Ainda de acordo com a pesquisa de origem e destino da Fipe, a demanda de passageiros oriundos da região metropolitana é de 31,2% enquanto a Urbs calculava este número em 21,7%. Assim, pela lógica do governo do estado, se os ônibus metropolitanos representam menos custos no sistema e transportam mais, então eles não são deficitários ou apresentam um déficit menor, necessitando de um subsídio menor também.
A Urbs contesta os números e critica a metodologia da Fipe que levou em consideração os custos e entradas de receitas no sistema, além de mapear a demanda. A Urbs leva em conta os dados apurados nas catracas dos terminais, estações-tubo e ônibus.
De acordo com fontes ligadas à política no Paraná, este dado da Fipe não é muito diferente do estimado pelas próprias empresas de ônibus há cerca de 10 anos.
Ocorre, ainda segundo estes profissionais, que indiretamente os ônibus metropolitanos subsidiavam os deslocamentos municipais. Isso ocorreu na época do prefeito Luciano Ducci, do PSDB, cuja gestão foi uma continuidade do mandato de Beto Richa, do mesmo partido e que foi eleito e recentemente reeleito governador do estado do Paraná.
À frente da prefeitura está desde 1º de janeiro de 2013, Gustavo Fruet, do PDT.
Mirando as eleições municipais de 2016, Richa pensa em se fortalecer na capital apoiando uma possível candidatura de Ratinho Júnior, do PSC, aliado e secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná.
A postura do governo do estado seria no sentido de criar uma situação negativa para a gestão de Fruet o que pode ser usado numa eventual campanha.
O governo do estado nega motivações políticas e diz que a decisão de reduzir os subsídios foi extremamente técnica com base na pesquisa de origem e destino da Fipe e que não houve esta redução na época de Luciano Ducci porque até então não foi realizado nenhum levantamento semelhante.
A prefeitura de Curitiba não comentou a questão política, mas critica a postura do estado e a pesquisa da Fipe. A administração municipal ainda acrescenta afirmando que parte deste impasse poderia ser evitada caso o governo estadual realizasse a licitação das linhas metropolitanas conforme prometido para 2013. Na visão da prefeitura, a licitação deixaria o sistema da RIT mais racional e moderno.
As empresas metropolitanas operam com contratos antigos, muitos deles firmados na época do DER – PR – Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná que hoje não têm mais função de gerenciar os transportes metropolitanos.
A integração tarifária na RIT foi implantada gradativamente desde 1996. A última cidade a implantar foi Fazenda Rio Grande, em 2000. Em 2012, Bocaiúva do Sul, que tinha integração desde 1997, passou a ter tarifa unificada com a RIT. Antes da unificação, os passageiros que iam de Bocaiúva do Sul para Curitiba pagavam mais caro. E na volta, de Curitiba para Bocaiúva do Sul, a tarifa era menor, a mesma da RIT.
Confira quando foram implantadas as integrações tarifárias entre a capital Curitiba e 13 cidades da região metropolitana:
05/04/1996: Almirante Tamandaré
11/05/1996: Pinhais
17/07/1996: São José dos Pinhais
20/07/1996: Araucária
20/07/1996: Contenda
21/09/1996: Colombo
06/03/1997: Campo Magro
12/04/1997: Campo Largo
01/07/1997: Bocaiúva do Sul
19/04/1998: Rio Branco do Sul
19/04/1998: Itaperuçu
01/07/1999: Piraquara
02/09/2000: Fazenda Rio Grande
A RIT foi criada inicialmente no município de Curitiba nos anos de 1980. Em 1986, a Urbs passou a gerenciar o sistema de transportes Curitiba.
As empresas que hoje operam a RIT são:
As empresas operadoras são:
Auto Viação Marechal Ltda
Transporte Coletivo Glória Ltda
Auto Viação Nossa Senhora da Luz
Empresa Cristo Rei Ltda
Auto Viação Nossa Senhora do Carmo Ltda
Viação Cidade Sorriso Ltda
Auto Viação Redentor Ltda
Auto Viação Mercês
Viação Tamandaré
Expresso Azul Ltda
Auto Viação Santo Antônio
Araucária Transporte Coletivo Ltda
Empresa de Ônibus Campo Largo Ltda
Leblon Transporte de Passageiros Ltda
Viação Nobel
Auto Viação São José dos Pinhais
Empresa de Ônibus São Brás Ltda
Viação Colombo Ltda
Empresa Antonina
Viação Graciosa Ltda
Viação Marambi Ltda
Viação Piraquara Ltda
Reunidas S/A Transportes Coletivos
Uma das empresas do sistema, a Auto Viação São José dos Pinhais, emitiu uma nota dizendo que todos os pagamentos foram feitos e classificou como “intempestiva” a ação de alguns integrantes do Sindimoc em impedir a circulação dos veículos. Confira na íntegra:
A Auto Viação São José dos Pinhais Ltda, empresa estabelecida neste município desde o ano de 1971, vem através desta esclarecer de forma clara o objetiva aos usuários do transporte público urbano e metropolitano da Cidade de São Jose dos Pinhais e a toda sociedade os fatos que estão ocorrendo como se segue:
1- a Viação opera duas garagens distintas com contratos distintos, sendo a Matriz em São José (Matriz) e uma Filial em Curitiba;
2- todas as obrigações trabalhistas da Matriz foram devidamente quitadas em dia com os motoristas e cobradores;
3- o valor do adiantamento salarial foi pago no teto máximo estabelecido pela convenção coletiva de trabalho – que é de até 40% sobre o salário base;
4- toda a equipe operacional está 100% comprometida para que a operação no dia 26/01 ocorra de forma normal;
5- de forma intempestiva e usando recursos desproporcionais, alguns agentes do sindicato dos empregados (Sindimoc – incluindo pessoas de outras localidades), bloquearam a saída de todos os veículos da empresa;
6- no período próximo ao almoço alguns veículos urbanos conseguiram operar, porém esses também foram bloqueados de forma truculenta nos terminais (Terminal Afonso Pena /Terminal Central) pelos agentes do sindicato dos empregados;
7- todas as medidas judiciais cabíveis já foram tomadas para que a normalidade retorne o quanto antes nas operações da MATRIZ (sistema Urbano da cidade de São Jose e Metropolitano);
8- a partir das 17h foi iniciada uma reunião no TRT-Pr para a tentativa de resolução da situação da RIT (Rede Integrada de Transporte), porém apenas a FILIAL da AV. São José (que opera em Curitiba) possui frota 100% integrada ao sistema RIT URBS/COMEC.
Esperamos que os entes envolvidos na resolução dessa situação atuem de forma rápida a fim de que possamos o mais breve possível reestabelecer a prestação de nossos serviços na cidade de São José dos Pinhais. Documentação comprobatória sobre os fatos acima relatados estarão disponíveis para consulta.
Att
Diretoria AV. São José
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Justiça determina frota mínima para greve de ônibus em Curitiba e região

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Greve Curitiba
Ônibus em Curitiba e Região Metropolitana circularam no fim de semana com adesivos de protesto contra não pagamento do “vale” do mês. Justiça trabalhista determina frota mínima de 70% dos ônibus em caso de greve dos motoristas e cobradores. Problemas financeiros no sistema de transporte que é considerado modelo de mobilidade urbana são frutos de impasse entre governo do estado e prefeitura de Curitiba que podem ter motivação política. Foto: Divulgação Sindimoc.
Justiça determina frota mínima em Curitiba em região metropolitana em caso de greve
Trabalhadores dizem que não receberam adiantamento de salários conforme previsto nos contratos. Impasse entre prefeitura de Curitiba e governo do estado do Paraná continua e pode ser fruto de motivações políticas
ADAMO BAZANI – CBN
A justiça trabalhista determinou que seja colocada uma frota mínima de 70% dos veículos de escala das 5h às 9h e das 17 h às 20 h em caso de greve de motoristas e cobradores de ônibus em Curitiba Região Metropolitana nesta segunda-feira, dia 26 de janeiro de 2015. Nos demais horários, de acordo com determinação do Tribunal Regional do Trabalho atendendo à liminar da prefeitura de Curitiba, a frota deve ser de 50% dos veículos.
A greve de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana foi decidida, segundo o sindicato que representa os trabalhadores, pelo não pagamento do adiantamento salarial previsto em contrato, o chamado “vale”.
O Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana alega que aproximadamente 80% das empresas de ônibus não realizaram o pagamento.
Como forma de protesto, o Sindimoc confeccionou adesivos que foram afixados em alguns ônibus com a seguinte frase: “Veículo dirigido por trabalhador sem pagamento”.
Atualmente o salário de um motorista de ônibus em Curitiba e Região é de R$ 1814,94 e de um cobrador é de R$ 1028,11.
Devem ser afetados aproximadamente 2 milhões de passageiros que usam diariamente os ônibus municipais e metropolitanos das linhas da RIT – Rede Integrada de Transporte. A RIT abrange os seguintes municípios: Curitiba, Almirante Tamandaré, Pinhais, São José dos Pinhais, Araucária, Contenda, Colombo, Campo Magro, Campo Largo, Bocaiúva do Sul, Itaperuçu, Rio Branco do Sul, Piraquara, Fazenda Rio Grande.
As viações pelo Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana alegam que não realizaram o pagamento porque estão sem recursos. Segundo o Setransp, a Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gerenciadora da RIT, não realizou os repasses de verbas previstas em acordo com o poder público e que muitas empresas estão dependendo apenas das passagens pagas em dinheiro pelo usuário. A forma de pagamento é minoria no sistema.
IMPASSE ENTRE GOVERNO DO ESTADO E PREFEITURA DE CURITIBA CONTINUA:
A situação do transporte de Curitiba e Região Metropolitana, considerado um dos modelos de mobilidade usados como exemplo até por outros países, é delicada do ponto de vista financeiro.
E os motivos são questões políticas entre prefeitura de Curitiba e governo do Estado do Paraná.
A Comec – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, órgão do Governo do Estado, anunciou neste ano que vai reduzir o valor dos subsídios para os ônibus metropolitanos que têm origem nas outras cidades e que se integram com os municipais da capital Curitiba. O valor, de acordo com a Comec, passaria de R$ 7,5 milhões para R$ 2,3 milhões por mês. É um subsídio para manter as integrações gratuitas entre os ônibus municipais e metropolitanos.
A Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., que é um órgão municipal, diz que o valor é insuficiente e que o corte é arbitrário. A autarquia, que era responsável por gerenciar o sistema integrado dos 14 municípios que formam a RIT, anunciou nesta sexta-feira, dia 23 de janeiro, que a partir de agora só vai cuidar das finanças do transporte municipal de Curitiba. Até então, a Comec, do governo do estado, repassava as verbas para a Urbs, da prefeitura, que por sua vez pagava às empresas de ônibus a complementação dos recursos.
Para reduzir o valor, a Comec se baseia numa pesquisa de origem e destino feita pela Fipe – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP – Universidade de São Paulo.
O estudo, segundo o governo do estado, constatou que a integração com os ônibus metropolitanos representa 27,82% dos custos da RIT e não quase 40% como alega a Urbs. Ainda de acordo com a pesquisa de origem e destino da Fipe, a demanda de passageiros oriundos da região metropolitana é de 31,2% enquanto a Urbs calculava este número em 21,7%. Assim, pela lógica do governo do estado, se os ônibus metropolitanos representam menos custos no sistema e transportam mais, então eles não são deficitários ou apresentam um déficit menor, necessitando de um subsídio menor também.
A Urbs contesta os números e critica a metodologia da Fipe que levou em consideração os custos e entradas de receitas no sistema, além de mapear a demanda. A Urbs leva em conta os dados apurados nas catracas dos terminais, estações-tubo e ônibus.
De acordo com fontes ligadas à política no Paraná, este dado da Fipe não é muito diferente do estimado pelas próprias empresas de ônibus há cerca de 10 anos.
Ocorre, ainda segundo estes profissionais, que indiretamente os ônibus metropolitanos subsidiavam os deslocamentos municipais. Isso ocorreu na época do prefeito Luciano Ducci, do PSDB, cuja gestão foi uma continuidade do mandato de Beto Richa, do mesmo partido e que foi eleito e recentemente reeleito governador do estado do Paraná.
À frente da prefeitura está desde 1º de janeiro de 2013, Gustavo Fruet, do PDT.
Mirando as eleições municipais de 2016, Richa pensa em se fortalecer na capital apoiando uma possível candidatura de Ratinho Júnior, do PSC, aliado e secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná.
A postura do governo do estado seria no sentido de criar uma situação negativa para a gestão de Fruet o que pode ser usado numa eventual campanha.
O governo do estado nega motivações políticas e diz que a decisão de reduzir os subsídios foi extremamente técnica com base na pesquisa de origem e destino da Fipe e que não houve esta redução na época de Luciano Ducci porque até então não foi realizado nenhum levantamento semelhante.
A prefeitura de Curitiba não comentou a questão política, mas critica a postura do estado e a pesquisa da Fipe. A administração municipal ainda acrescenta afirmando que parte deste impasse poderia ser evitada caso o governo estadual realizasse a licitação das linhas metropolitanas conforme prometido para 2013. Na visão da prefeitura, a licitação deixaria o sistema da RIT mais racional e moderno.
As empresas metropolitanas operam com contratos antigos, muitos deles firmados na época do DER – PR – Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná que hoje não têm mais função de gerenciar os transportes metropolitanos.
A integração tarifária na RIT foi implantada gradativamente desde 1996. A última cidade a implantar foi Fazenda Rio Grande, em 2000. Em 2012, Bocaiúva do Sul, que tinha integração desde 1997, passou a ter tarifa unificada com a RIT. Antes da unificação, os passageiros que iam de Bocaiúva do Sul para Curitiba pagavam mais caro. E na volta, de Curitiba para Bocaiúva do Sul, a tarifa era menor, a mesma da RIT.
Confira quando foram implantadas as integrações tarifárias entre a capital Curitiba e 13 cidades da região metropolitana:
05/04/1996: Almirante Tamandaré
11/05/1996: Pinhais
17/07/1996: São José dos Pinhais
20/07/1996: Araucária
20/07/1996: Contenda
21/09/1996: Colombo
06/03/1997: Campo Magro
12/04/1997: Campo Largo
01/07/1997: Bocaiúva do Sul
19/04/1998: Rio Branco do Sul
19/04/1998: Itaperuçu
01/07/1999: Piraquara
02/09/2000: Fazenda Rio Grande
A RIT foi criada inicialmente no município de Curitiba nos anos de 1980. Em 1986, a Urbs passou a gerenciar o sistema de transportes Curitiba.
As empresas que hoje operam a RIT são:
As empresas operadoras são:
Auto Viação Marechal Ltda
Transporte Coletivo Glória Ltda
Auto Viação Nossa Senhora da Luz
Empresa Cristo Rei Ltda
Auto Viação Nossa Senhora do Carmo Ltda
Viação Cidade Sorriso Ltda
Auto Viação Redentor Ltda
Auto Viação Curitiba Ltda
Auto Viação Mercês
Viação Tamandaré
Expresso Azul Ltda
Auto Viação Santo Antônio
Araucária Transporte Coletivo Ltda
Empresa de Ônibus Campo Largo Ltda
Leblon Transporte de Passageiros Ltda
Viação Nobel
Auto Viação São José dos Pinhais
Empresa de Ônibus São Brás Ltda
Viação Colombo Ltda
Empresa Antonina
Viação Graciosa Ltda
Viação Marambi Ltda
Viação Piraquara Ltda
Reunidas S/A Transportes Coletivos
CONFIRA AS NOTAS DO GOVERNO DO ESTADO E DA PREFEITURA DE CURITIBA SOBRE A DECRETAÇÃO DA GREVE:
Nota da Prefeitura de Curitiba:
Em relação ao indicativo de greve do transporte coletivo na próxima segunda-feira (26), a Prefeitura de Curitiba informa:
1 – A greve é motivada pela falta do pagamento do vale (40% do salário) que motoristas e cobradores tradicionalmente recebem no dia 20 de cada mês.
2 – O vale não foi pago ainda porque o governo do Estado, desde outubro do ano passado, não faz o repasse do subsídio referente ao transporte metropolitano, totalizando uma dívida de R$ 16,5 milhões, sem contar janeiro de 2015.
3 – O governo do Estado não apresentou nenhuma proposta de pagamento desta dívida e ainda quer reduzir o subsídio metropolitano de R$ 7,5 milhões para R$ 2,3 milhões/mês.
4 – Em um primeiro momento, os trabalhadores do sistema acenam com pedido de reajuste de 15% + INPC a partir de 1º de fevereiro, 33% no vale alimentação e 50% na assistência médica. Nos últimos três anos, a categoria recebeu aumentos médios de 10% e hoje tem o maior piso entre as capitais.
5 – Os salários de motoristas e cobradores representam metade do valor da tarifa. O porcentual de reajuste dos trabalhadores que for definido será integralmente repassado à tarifa.
6 – A partir de agora, a Prefeitura de Curitiba vai cuidar do pagamento das linhas urbanas, definidas a partir da licitação de 2010, realizada pelo então prefeito Beto Richa.
7 – Ao governo do Estado caberá o pagamento das empresas metropolitanas, que legalmente são de sua responsabilidade.
8 – No que depender de Curitiba, a integração física da RIT está garantida. Curitiba tem arcado sozinha com a manutenção da infraestrutura da RIT, que em 2014 teve custo superior a R$ 30 milhões. Este custo não está incluído na tarifa.
9 – A Prefeitura já entrou com pedido para que a Justiça determine a circulação de frota mínima em caso de greve: 70% da frota nos horários de pico e 50% no restante do dia.
Nota do governo do estado:
Em relação à nota divulgada pela Prefeitura de Curitiba sobre o indicativo de greve do transporte coletivo, o Governo do Estado esclarece:
1 – Desde novembro de 2014, o Estado tem procurado a Prefeitura de Curitiba para negociar a readequação e renovação do convênio que permite à URBS a gestão do transporte coletivo metropolitano integrado (RIT).
2 – A pesquisa de origem e destino de passageiros da RIT, feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), mostrou uma discrepância no número de passageiros da Região Metropolitana de Curitiba em relação aos dados apresentados pela URBS, e que subsidiaram o convênio encerrado em 31 de dezembro de 2014.
3 – Os dados apontados pela pesquisa da Fipe indicam que a URBS vem utilizando na gestão da RIT parte dos recursos arrecadados na Região Metropolitana para custear o transporte coletivo urbano de Curitiba.
4 – Enquanto a URBS estima que o número de passageiros oriundos da Região Metropolitana representa 21,7% do total de usuários da RIT, a pesquisa da Fipe constatou que esse número chega, na verdade, a 31,2%, ou seja, é cerca de 50% maior do que a URBS alega.
5 – Além disso, a própria planilha da URBS demonstra que a RIT tem um custo operacional 15% menor nas linhas metropolitanas, em comparação com as linhas urbanas de Curitiba.
6 – A discrepância entre o que a URBS utiliza e o que a pesquisa da Fipe constata produz evidente evasão de recursos da Região Metropolitana para o caixa da URBS, o que configura apropriação indébita de receita.
7 – Independente da renovação do convênio operacional com a URBS, o Governo do Estado mantém ainda a isenção de ICMS sobre o óleo diesel utilizado na RIT, o que significa um subsídio de cerca de R$ 24 milhões por ano. Além disso, em 2014 o Governo do Estado repassou outros R$ 65 milhões em subsídio direto para a URBS. O Governo do Estado vai lutar para manter a integração do sistema de transporte coletivo da RMC, uma conquista social da população de Curitiba e da Região Metropolitana..
8 – Enquanto o Estado desonerou o ICMS sobre o óleo diesel, a URBS continua cobrando 4% de taxa de administração e a Prefeitura de Curitiba, 2% de ISS sobre a tarifa técnica.
9 – O Governo do Estado vai lutar para manter a integração do sistema de transporte coletivo da RMC, uma conquista social da população de Curitiba e da Região Metropolitana.
10 – Se necessário for, o Estado recorrerá à Justiça para que a população de Curitiba e da Região Metropolitana não seja prejudicada por decisões unilaterais da URBS.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Uberaba-MG. BRT de Uberaba começa a funcionar em fase experimental

No próximo dia 30, a população de Uberaba poderá conhecer melhor o funcionamento do sistema BRT através de um itinerário inaugural, batizado de Linha Verde. O percurso será iniciado às 9h30 e sairá do Terminal Leste (Bairro Manoel Mendes) com destino ao Terminal Oeste (Uberabão). O embarque de passageiros ocorrerá das 11h às 18h, gratuitamente, em um dos terminais. A operação do sistema em caráter experimental começa no dia 31. Os anúncios foram feitos pela Prefeitura de Uberaba na noite desta quarta-feira (21).

A decisão pelo teste foi justificada para um aprimoramento das partes em fase final de implantação e capacitação dos motoristas e técnicos de centrais, juntamente do conhecimento da opinião pública. Ainda estão em andamento as centrais de monitoramento, semafórica e parte da sinalização, bem como a instalação dos separadores. 

Esclarecimentos
Para esclarecer as dúvidas da população, a distribuição de material informativo sobre o Sistema BRT/Vetor, que está prestes a entrar em operação em Uberaba, será realizada pela Prefeitura. A distribuição começa em pontos da área central da cidade. O material também está disponível no site e no Facebook da Prefeitura.

Segundo o superintendente de Transporte Coletivo, Claudinei Nunes algumas linhas mudaram de nome, bem como trajeto, mas são mudanças que vão agilizar a prestação do serviço. De acordo com as informações do superintendente, até a próxima semana, 30 pessoas estarão nas ruas, nos principais pontos auxiliando na divulgação, que também será feita em entidades de classe.

Cartões
A Superintendência de Transporte Coletivo alerta que as Estações Tubos só vão operar com cartão, que pode ser adquirido no posto da Transube no Elvira Shopping, localizado na Praça Rui Barbosa e nos pontos de recarga espalhados pela cidade. A diferença e que no posto do Elvira Shopping o cartão fica pronto na hora e nos pontos de recarga em três dias.

Também será disponibilizado para venda o Cartão de Uso Único, que só pode ser usado de um terminal a outro e nas estações, não podendo ser utilizados nas linhas alimentadoras (que percorrem os bairros). Nos terminais também terão bilheterias com venda e ponto de recarga.

Informações: G1 Triângulo Mineiro

BRT Transcarioca recebe prêmio mundial de transporte sustentável


Rio Ônibus

O Transcarioca, segundo corredor expresso de BRT em operação no Rio de Janeiro, foi um dos responsáveis pela conquista do Sustainable Transport Award (STA), do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP, da sigla em inglês para Institute for Transportation and Development Policy), que anualmente premia cidades que implementam iniciativas que melhorem a mobilidade de pedestres, ciclistas e usuários do transporte público, assim como reduzir a emissão de gases do efeito estufa durante o ano anterior.
- “É uma prova do quanto o sistema BRT é seguro, é confortável, é cômodo. Ele um corredor que nós esperamos que seja cem por cento seguro para o usuário, já que ele tem uma pista exclusiva para ele, acesso de embarque e desembarque por estações. É evidente que o sistema ainda precisa de ajustes, mas o prêmio mostra que estamos no caminho certo”, afirmou o Secretário Municipal de Transportes, Rafael Picciani.
Com dois corredores de BRT em funcionamento, outros dois em construção e a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) no centro da cidade, o Rio de Janeiro terá 107 bairros da cidade (do total de 160) atendidos pela rede de transporte até 2016, ou seja, 63% da população atendida por modais de alta capacidade.
Segundo o ITDP, “o Rio de Janeiro tem investido em transporte de alta capacidade e está fazendo progressos permanentes com a implementação do BRT Transcarioca, o segundo de seus corredores rápidos de ônibus”. Em sua décima edição, pela primeira vez o STA premiou três cidades ao mesmo tempo: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Realizada pelo ITDP em parceria com o Comitê Diretor do STA, a premiação das três cidades vencedoras aconteceu na última terça-feira (13/1) em Washington, DC, nos Estados Unidos. Quem representou a Prefeitura do Rio no evento o foi o Coordenador de Relações Internacionais, Laudemar Aguiar.
O Transcarioca liga a Barra da Tijuca à Ilha do Governador (Aeroporto do Galeão) e é o primeiro corredor de alta capacidade no sentido transversal da cidade. Mais de 230 mil pessoas por dia já tiveram o tempo de viagem no trecho reduzido em 60%. São 39 quilômetros de extensão, com 10 viadutos (sendo um estaiado), nove pontes (duas estaiadas), três mergulhões, 47 estações e cinco terminais, passando por 27 bairros como Curicica, Taquara, Tanque, Praça Seca, Campinho, Madureira, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Penha, Olaria e Ramos. O Transoeste, primeiro BRT em funcionamento, vai da Barra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande transportando cerca de 190 mil passageiros por dia. Os dois corredores em operação na cidade já transportam mais de 440 mil pessoas diariamente e ambos receberam selos do Padrão de Qualidade BRT.