Produção de chassi tem queda de 13,4% no bimestre

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

chassi
Chassis de ônibus tiveram queda na produção do primeiro bimestre, o que aponta problemas específicos do setor e instabilidade econômicas.
Produção de chassis de ônibus cai 13,4% no acumulado do ano, segundo Anfavea
Segmento de rodoviários teve a maior baixa: 21,5%
ADAMO BAZANI – CBN
A economia brasileira está em franca desaceleração, os rombos nos cofres públicos já não podem mais ser disfarçados pela equipe de Dilma Rousseff que toma medidas recessivas e de redução dos direitos trabalhistas e, apesar de todo este desaquecimento, a inflação deixa de ser uma ameaça e já é uma preocupação real. Soma-se a tudo isso o cenário de instabilidade pintado pelos escândalos federais de corrupção.
As vendas de veículos estão em queda, o que impacta nos números de produção, divulgados nesta quinta-feira, dia 05 de março de 2015 pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
A produção de carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus nos dois primeiros meses deste ano somou 404 mil 931 veículos, o que significa queda de 22% na comparação com as 518 mil 915 unidades fabricadas no mesmo período do ano passado.
Mais uma vez, o destaque negativo foi para os números de produção de veículos pesados que são bens de capital e que indicam o baixo nível de investimento de praticamente todos os setores da economia que necessitam de caminhões e ônibus para deslocamento de mercadorias e mão-de-obra, além do turismo.
A produção acumulada de caminhões foi de 16 mil 233 unidades. Este número é 43,9% menor na comparação com os dois primeiros meses de 2014, quando saíram das montadoras 28 mil 950 veículos de carga. Já os licenciamentos, de acordo com a Anfavea, tiveram baixa de 39,2% na comparação entre os dois períodos.
A produção em janeiro e fevereiro de ônibus somou apenas 5 mil 351 chassis, o que representa queda de 13,4% em relação aos 6 mil 181 veículos de transporte coletivo em semelhante período do ano passado.
No caso dos ônibus, o pior cenário é dos veículos rodoviários: foram 790 unidades deste segmento em janeiro e fevereiro ante 1 mil 007 nos dois primeiros meses de 2014: a queda foi de 21,5%. Além da crise econômica, a expectativa das empresas sobre a data das novas concessões das quase 2 mil linhas interestaduais e internacionais pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres contribui para o agravamento dos números.
O cenário só não foi pior para os rodoviários por causa do mercado externo. Foram exportados 372 ônibus no primeiro bimestre deste ano, número 42% superior ao período de 2014
O segmento de urbanos também registra queda: 11,8% com 4 mil 561 coletivos feitos neste ano ante 5 mil 174 ônibus de janeiro e fevereiro do ano passado.
No caso dos urbanos, as exportações não ajudaram: foram embarcados 361 ônibus brasileiros, baixa de 25,4%
As exportações totais entre ônibus urbanos e rodoviários tiveram queda de 1,7%, com 733 veículos ante 746 do primeiro bimestre do ano passado.
Já o licenciamento de ônibus nos dois primeiros meses deste ano em comparação a semelhante período de 2014 teve queda de 24,2%, de acordo com a Anfavea.
MARCAS – LICENCIAMENTOS:
Em relação às marcas, o destaque negativo, de acordo com os números divulgados pela Anfavea nesta quinta-feira, foi para a Scania de São Bernardo do Campo, que registrou queda de 72,45 % nos licenciamentos neste primeiro bimestre em comparação com semelhante período do ano passado. Apesar dos números negativos de mercado, algumas montadoras conseguiram registrar alta.
1º) Mercedes-Benz: 1.490 ônibus – queda de 18,2%
2º) Volkswagen/MAN: 946 – ônibus – queda de 20,8%
3º) Agrale (considerando minionibus Volare): 478 ônibus – queda de 50,7%
4º) Iveco (considerando o minionibus CityClass): 230 ônibus – alta de 36,9 %
5º) Volvo: 209 ônibus – alta de 4,5%
6º) Scania: 35 ônibus – queda de 72,4%
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes