Crise econômica: Caio demite 220 trabalhadores

Fonte: Blog Ponto de Ônibus


Caio Induscar
Ônibus da Caio. Encarroçadora também sente efeitos da situação econômica e dispensa 220 empregados.

Caio demite 220 trabalhadores
Empresa atribui cortes à crise econômica brasileira
ADAMO BAZANI – CBN
Com o país praticamente em estagnação, fruto de decisões do Governo Federal consideradas erradas por economistas nos últimos 12 anos, o setor produtivo não para de registrar quedas de venda e produção, o que tem atingido o nível de empregos.
Os setores que refletemINVESTIMENTOS, como de veículos comerciais, são os mais atingidos. Ônibus, caminhões, vans, etc são bens de capital. Se os outros setores da economia não vão bem, as vendas destes veículos caem.
Mais uma fabricante de ônibus anunciou demissões neste mês de maio.
A Caio Induscar, de Botucatu, no interior de São Paulo, realiza neste mês de maio o corte de 220 dos 4 mil empregados da principal planta. A empresa é líder no segmento de ônibus urbanos, o que mais registrou queda nos quatro primeiros meses deste ano, de acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, com baixa de 30, 8% na produção. Confira detalhes no link:https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2015/05/08/producao-de-onibus-cai-266-diz-anfavea/
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Região, são quatro grupos de 55 trabalhadores cada que serão demitidos até o dia 25 de maio.
O sindicato informou que a empresa está pagando todos os direitos em dia, sem atrasos, e atribui, além  da estagnação econômica, a situação a outra medida da área econômica do Governo Federal, que reduziu o limite deFINANCIAMENTO de ônibus pelo Finame.
A Caio informou que tentou evitar as demissões, mas sente as quedas de pedidos de ônibus novos.
Em 26 de fevereiro, a encarroçadora concedeu férias coletivas a 400 trabalhadores e emendas de feriados a todos os empregados da linha de produção, mas as medidas não foram suficientes.
Empresa e sindicato dizem tentar evitar novos cortes, mas outras demissões não estão descartadas.
A demora para a licitação dos transportes na Capital Paulista também é outro fator que se soma aos principais motivos ligados à situação econômica do País.
A Caio Induscar tem como principal acionista a família de José Ruas Vaz, principal empresário de ônibus da cidade de São Paulo, detendo 55% dos serviços. A licitação deveria ocorrer em 2013, mas foi adiada devido às manifestações sobre a qualidade de transportes e as altas tarifas em junho daquele ano.
O prefeito Fernando Haddad deve lançar o edital ainda neste semestre, exigindo renovação de frota e ônibus com ar-condicionado. Enquanto a licitação não for plenamente realizada, as empresas da Capital vão reduzir as renovações.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes