Ônibus marca Mercedes-Benz usado por grande empresa de transportes. Montadora vai começar a avisar os 500 trabalhadores demitidos – Foto: Adamo Bazani
Outra reunião entre Metalúrgicos e Mercedes-Benz termina sem acordo sobre 500 demissões
Na semana passada, encontro também não teve resultados. Montadora de ônibus e caminhões vai começar a emitir telegramas para funcionários que devem ser cortados. Evento de veículos pesados deve ser menor neste ano
ADAMO BAZANI – CBN
Terminou sem acordo nesta segunda-feira, dia 25 de maio de 2015, nova reunião entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a fabricante de ônibus e caminhões Mercedes-Benz sobre as 500 demissões da principal planta da montadora alemã no Brasil, em São Bernardo do Campo.
Na quarta-feira passada, outro encontro tentou reverter a situação dos trabalhadores, também sem sucesso.
Nesta segunda-feira, a reunião durou aproximadamente três horas.
A fabricante de veículos pesados deve começar a enviar nesta semana telegramas aos 500 trabalhadores comunicando o desligamento.
Estes funcionários fazem parte de um grupo de 750 que estão em lay-off (suspensão temporária de contrato empregatício). O regime de lay –off destes trabalhadores teve início em junho de 2014. A partir de 1º de junho, a Mercedes-Benz vai colocar 7,5 mil empregados de São Bernardo do Campo em férias coletivas de, no mínimo, 15 dias.
Nesta terça-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai se reunir com os 500 trabalhadores para comunicar a decisão da empresa e decidir o qual tipo de reação da categoria.
Em abril, a Mercedes-Benz chegou a anunciar 500 demissões e recuou depois de uma greve.
A montadora diz que a medida faz parte de um ajuste do número de funcionários à demanda de mercado. Por causa da crise econômica após medidas consideradas errôneas do Governo Federal, como gastos públicos em demasia e falta de sucesso no controle da inflação, os setores que refletem o nível de investimento, como o de ônibus e caminhões, estão entre os mais afetados.
Entre janeiro e abril deste ano, de acordo com a Anfavea – Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de caminhões caiu 45%, a de ônibus 26,6% e a de carros e comerciais leves registrou retração de 15,8%.
FENATRAN – Por causa da situação econômica a que o País chegou, a Fenatran – Salão Internacional do Transporte, principal feira de caminhões do País, deve ter uma das versões mais esvaziadas da história.
Das onze maiores montadoras que atuam no País, apenas Volvo e DAF confirmaram presença até agora no evento programado entre os dias 9 e 13 de novembro, no Anhembi, em São Paulo. Normalmente, as confirmações já teriam ocorrido com esta antecedência.
MAN Volkswagen Caminhões e Ônibus, Mercedes-Benz, Scania, Iveco, International e Shacman já se mostraram relutantes em participar. Agrale e Ford ainda avaliam.
A participação de cada uma pode custar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões, contanto com estande, estruturam aluguel de espaço e outros gastos relacionados.
Segundo a Reed Exhibitions Alcantara Machado, promotora do evento, 75% do espaço já foram vendidos. Os organizadores esperam reverter o quadro.
Na última edição, 370 empresas participaram, a maior parte fornecedora de serviços, seguradoras, bancos, fabricantes de autopeças e de pneus e desenvolvedores de tecnologia.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes