Com o desconto de recursos que a empresa teria a receber, mas que são incertos, valor pode cair para R$ 176 milhões em segundo leilão
ADAMO BAZANI
No dia 15 de março de 2016, deve ser realizada a primeira tentativa do ano de leilão de três ativos da Busscar, encarroçadora de ônibus tradicional no mercado, fundada em 17 de setembro de 1946, pela família Nielson. A produtora de carrocerias teve falência decretada pela Justiça em 2012, depois de dívidas, atrasos nos pagamentos dos salários dos trabalhadores, não pagamento de empréstimos, instabilidades no mercado, crises financeiras e até suspeitas de fraudes.
A três fábricas da Busscar que devem ser leiloadas foram avaliadas em R$ 369 milhões 395 mil e 922, sendo que a fábrica de carrocerias em Joinville teve valor estimado em R$ 249 milhões 863 mil 368, a planta de peças do distrito de Pirabeiraba, recebeu estimativa de valor de R$ 26 milhões 328 mil 599, e a fábrica de peças que fica em Rio Negrinho, também em Santa Catarina, foi avaliada em R$ 17 milhões 876 mil 977.
Pelas regras de leilão, as vendas podem arrecadar mais, havendo lances maiores, mas esta não é a aposta do mercado.
Os possíveis interessados podem adquirir as três fábricas num lote de uma só vez, ou então se não houver lances, as três plantas serão leiloadas separadamente no mesmo dia.
No entanto, a perspectiva é de que o negócio seja fechado na segunda tentativa de leilão, que vai acontecer no dia 29 de março, que estipula os valores gerais em R$ 221 milhões 583 mil
Mas as fábricas podem ser vendidas por menos ainda se forem descontados os ativos circulantes, que são valores que a massa falida teria a receber, como restituição de tributos, por exemplo.
O mercado aposta ser muito difícil que a massa falida da Busscar consiga estes ativos circulantes na Justiça. Por isso nesta segunda tentativa de leilão, as três fábricas podem ser compradas por R$ 176 milhões 501 mil 366, se não houver lances maiores.
Assim, a fábrica de carrocerias em Joinville pode ser adquirida por R$ 149 milhões 918 mil, a planta de peças do distrito de Pirabeiraba por R$ 15 milhões 797 mil 160 e a de Rio Negrinho pelo valor de R$ 10 milhões 786 mil 186.
Pagamentos podem ser feitos em até 60 parcelas. Outras propostas também podem ser enviadas no processo de falência da Busscar que tramita na Quinta Vara Cível de Joinville.
Já foram arrematados da massa falida da Busscar Ônibus os seguintes ativos: a fábrica de peças e materiais de fibra Tecnofibras, a Climabuss – de equipamentos e refrigeração e as ações da Busscar Colômbia, empresa que atua naquele país.
ESPECULAÇÕES:
Desde quando foi decretada a falência da Busscar pela justiça em 2012, as especulações sobre quem vai comprar a encarroçadora de ônibus são grandes.
Para este leilão, há uma aposta do mercado de que entre os interessados estariam empresários de ônibus que eram clientes da Busscar, entre eles o Grupo Gontijo. No entanto, o grupo de transportes não confirma oficialmente esta informação.
A encarroçadora de ônibus Caio com sede em Botucatu, no interior de São Paulo também durante o processo de falência da Busscar se interessou pela pelo negócio, no entanto, não há uma confirmação oficial de participação neste leilão.
A leiloeira Tatiana Duarte deve enviar carta convite para os principais fabricantes de carrocerias no País, o que pode ainda mais concentrado mercado.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes