Empresas de ônibus do Rio de Janeiro dizem que podem demitir em caso de “catraca livre”

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus no Rio de Janeiro. Empresas de ônibus ameaçam demitir caso trabalhadores insatisfeitos com acordo entre viações e sindicato realizem “catraca-livre”. Nova greve pode prejudicar quem depende de ônibus na cidade do Rio.
Empresas de ônibus do Rio de Janeiro ameaçam demitir em caso de “catraca livre”
De acordo com o Rio Ônibus, lei prevê demissões no caso de não cobrança de passagem por ser “falta gravíssima”
ADAMO BAZANI – CBN
O Rio Ônibus – Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro informou à imprensa em nota que os motoristas e cobradores que realizarem “catraca-livre” como forma de forma de protesto podem ser demitidos.
Na nota, as empresas de ônibus afirmam que a demissão é prevista em lei pelo fato poder ser considerado “falta gravíssima”.
“… o expediente, se utilizado, constituiria falta gravíssima, passível de ser punida com demissões por justa causa, de acordo com o que estabelece o artigo 482 da CLT, sem prejuízo do ressarcimento dos valores das passagens não pagas por usuários”.
Ainda na nota, o Rio Ônibus classifica a possibilidade como uma espécie de sabotagem.
“A estratégia nada mais é do que a continuação do mesmo e ilegal movimento de greve, com a utilização de técnicas de sabotagem, de modo a atingir diretamente a atividade econômica”.
A liberação do pagamento de passagem foi uma das possibilidades levantadas em assembleia pelos trabalhadores que realizaram um dia de greve na semana retrasada e dois dias na semana passada.
Uma nova assembleia vai ocorrer nesta terça-feira, dia 20 de maio de 2014. O movimento vai decidir por um acordo, pelo retorno da greve ou pela “catraca-livre” como forma de protesto.
Em relação à catraca-livre, os advogados do movimento analisam se há entraves legais ou se a iniciativa pode realmente justificar demissões por parte das empresas de ônibus.
O movimento é formado por dissidentes do Sintraturb/RJ – Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Rio de Janeiro.
A ala dissidente reclama do acordo entre o Sintraturb e o Rio Ônibus – Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro realizado em abril, pelo qual foi reajustado em 10% o salário dos motoristas e cobradores e o vale-refeição subiu de R$ 120 para R$ 150, com R$ 10 de desconto, passando a ser de R$ 140. O salário-base de um motorista no Rio de Janeiro foi para R$ 1950,00.
Os responsáveis pela greve querem aumento de 40% nos salários, subindo para R$ 2500,00, e vale de R$ 400.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes