Prefeitura de São Paulo promete entregar 32 quilômetros de corredores de ônibus nos próximos 60 dias

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus em São Paulo. Corredores dariam melhor desempenho, principalmente a veículos de maior porte
Mesmo assim, número é de apenas um terço da meta de corredores prometidos pela gestão Fernando Haddad
ADAMO BAZANI
A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, responsável pela maior parte das construções de corredores de ônibus na capital paulista, prevê que em 60 dias devem ser entregues aproximadamente 32 quilômetros destes espaços para o transporte coletivo.
Os corredores que devem ser concluídos neste prazo, de acordo com o secretário municipal de obras, Roberto Garibe, em entrevista ao jornalista Bruno Ribeiro de O Estado de São Paulo, são:
– Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, com 3,3 quilômetros de extensão e que custou R$ 45 milhões com recursos do PAC. O espaço deve ser inaugurado na próxima segunda-feira recebendo 14 linhas de ônibus municipais uma metropolitana, com origem em Diadema, operada pela Metra, que juntas transportam em média 100 mil passageiros por dia. De acordo com a prefeitura, o corredor da Berrini deve ligar a Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul, de São Paulo ao corredor de ônibus Perimetral Bandeirantes, que deve ir até São Mateus, na zona leste, e ainda está em processo de licitação.
– Corredor de ônibus Inajar de Souza, zona Norte, em janeiro
– Corredor de ônibus da M’Boi Mirim, na zona Sul, em janeiro.
– Binário Santo Antônio, zona Sul,em fevereiro.
Somando esses corredores, São Paulo passa ter 63,3 quilômetros em obras. Os 32 quilômetros prometidos para os próximos dois meses representam menos de um terço da meta de 173,4 quilômetros apresentada no primeiro trimestre da gestão de Fernando Haddad, que contemplariam 23 corredores exclusivos para ônibus. A meta é maior ainda que os 150 quilômetros prometidos na campanha eleitoral de Haddad.
A prefeitura diz que problemas financeiros principalmente relacionados ao ritmo lento de liberação de verbas do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, devido à crise econômica, impedem o avanço das obras.
A administração municipal também atribui à postura do TCM – Tribunal de Contas do Município, que tem barrado as licitações das obras. O tribunal de contas diz que há uma série de irregularidades, como sobrepreço e erros nos projetos. Já nos bastidores, a prefeitura diz que parte dessas decisões é política, principalmente por parte do conselheiro Edson Simões, considerado opositor de Fernando Haddad. O TCU – Tribunal de Contas da União também recomendou a paralisação de algumas obras por suspeitas de sobrepreço.
Para tentar diminuir a interferência do conselheiro Edson Simões, a prefeitura de São Paulo fez a seguinte manobra: transferiu as obras que eram de responsabilidade da SPTrans, cujos editais seriam analisados por Simões, para a Siurb, que tem análise de outro conselheiro, mesmo assim os projetos continuaram sendo barrados.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o secretário municipal de obras, Roberto Garibe, disse que a prefeitura começou a tocar as obras dos corredores no “cheque especial” por causa da demora para receber os recursos do Governo Federal diante da crise econômica.
O “cheque especial” neste caso seriam recursos da prefeitura reservados para investimentos do próprio tesouro municipal. O objetivo foi manter o pagamento às construtoras para que os canteiros de obras não fossem totalmente paralisados. Segundo a prefeitura, as obras de mobilidade, incluindo corredores e terminais de ônibus, somam em 2015, R$ 3,9 bilhões sendo que estimativa feita em 2013 é que neste ano chegassem a R$ 5,3 bilhões.
A prefeitura diz que apesar das dificuldades tenta agilizar as intervenções e afirma que entre o tempo de publicação dos editais de licitação e a contratação das obras, o tempo caiu de uma média de 263 dias para 148 dias. Ainda segundo a prefeitura, o desconto médio dos contratos caiu de 1,8% para 19,7%, gerando uma economia acumulada de R$ 734 milhões.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes