A Polêmica sobre idade máxima das frotas de ônibus

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ônibus do Rio de Janeiro. Medida do Detro que amplia idade máxima de frota na região metropolitana causa polêmica.
Detro aumenta limite de idade de frota para 15 anos no Rio de Janeiro
Órgão promete licitação até o fim do ano, o que deve diminuir o tempo de cada veículo em circulação
ADAMO BAZANI
Com informações TV Globo
O Detro – Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro flexibilizou a exigênciaSOBRE a idade dos veículos das empresas do Grande Rio.
Agora, os ônibus que ligam as cidades da região metropolitana ao centro da capital fluminense podem ter, no máximo, sete anos. Já os ônibus que fazem ligações entre as cidades do Grande Rio podem ter dez anos e 20% dos ônibus que operam entre os bairros destes municípios podem ter até quinze anos de uso.
Antes desta resolução, que entrou em vigor, o a idade máxima para todos os casos era de sete anos, desde que a média não ultrapassasse cinco anos de uso.
Hoje, ainda como reflexo da antiga resolução, a idade média de toda a frota do Grande Rio é de 4,7 anos.
O Detro informou que só vai liberar a circulação dos ônibus mais antigos se os veículos tiverem inspeção do Detran e selo do Inmetro.
Ainda de acordo com o órgão, no fim do ano deve ser realizada uma licitação do sistema intermunicipal, o que deve resultar em uma redução gradual da idade da frota.
OPINIÃO:
A medida atual é polêmica. Enquanto alguns especialistas criticam a decisão do Detro, há opiniões favoráveis à flexibilização da idade dos ônibus desde que sejam adotados critérios rígidos para fiscalização e que as empresas sigam normas severas de conservação.
Sete anos como idade máxima de um veículo de transporte coletivo podem ser pouco. As trocas de frota também impactam nas tarifas. Assim, cada tipo de serviço e cada veículo devem ser analisados. A segurança e o bem-estar do passageiro devem vir acima de qualquer interesse. Por isso, a seriedade dos órgãos gerenciadores é fundamental nestes casos.
O que se defende no mercado é um meio termo. Uma das possibilidades é limitar a dez anos a idade máxima dos micro-ônibus e ônibus convencionais. Próximo ao vencimento deste prazo, o veículo seria submetido a uma rigorosa e imparcial vistoria. Se o ônibus atender todas das condições de conforto, segurança, acessibilidade e emissões de poluentes e ruído, poderia ganhar mais dois anos de sobrevida. Para articulados e biarticulados, estes prazos poderiam subir para 13 anos de idade máxima e mais dois anos de sobrevida, atingindo 15 anos. Veículos elétricos a bateria e trólebus poderiam ter idade máxima limitada a 20 anos, recebendo mais três anos de acréscimo sem alterações ou mais cinco anos se fossem submetidos a uma modernização (não apenas reforma estética).
Em todos estes casos, os veículos devem ter os equipamentos de acessibilidade. Chega também de o portador de deficiência viver a “roleta russa do transporte” , tendo de esperar por um veículo acessível nas linhas.
Vale ressaltar que não são raros os casos de empresas com ônibus mais antigos em bom estado e outras com ônibus novos praticamente sucateados.
Idade de frota é importante, mas conservação é ainda mais.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes