Empresas pagaram PRL e adiantamento salarial, mas dizem que tiveram de deixar deINVESTIR em tecnologia
ADAMO BAZANI
Motoristas, cobradores e demais funcionários dos transportes descartaram a greve de ônibus em Belo Horizonte que havia sido anunciada para esta quinta-feira, dia 23 de julho de 2015.
As empresas realizaram o pagamento da PRL – Participação nos Lucros e Resultados.
Segundo o Setra – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte, que reúne cerca de 40 companhias de ônibus, o pagamento foi realizado nesta quarta junto com o adiantamento dos salários e os valores foram corrigidos pelo INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor. O acordo trabalhista firmado em março estipulava R$ 347,52 de PRL para os funcionários que recebem mais de R$ 1,1 mil e R$ 173,76 para quem tem um salário inferior a R$ 1,1 mil.
Com a correção, segundo o Setra, os valores totais giram em torno de R$ 15 milhões.
Nos dias 8, 9 e 10 de junho, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região – STTR-BH realizou paralisações de ônibus e terminais pelo não pagamento da PRL. Pelo acordo de março, o benefício deveria ter sido pago até o quinto dia útil de junho.
O Setra alega que as empresas de ônibus em Belo Horizonte passam por dificuldades financeiras pelas mudanças no sistema de transportes locais e pelo não reajuste das tarifas. As empresas propuseram no último dia 14, aumento de 11,8% nas tarifas que subiriam de R$ 3,10 para R$ 3,45.
A prefeitura recusou o aumento.
Segundo o Setra, para pagar a PRL, as viações suspenderam o pagamento aos fornecedores de serviços de tecnologia, como GPS dos ônibus, monitores informativos nos pontos e terminais e de bilhetagem eletrônica. Estes serviços, no entanto, continuam sendo prestados.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes